A importância do sincretismo religioso no Brasil e a violência contra religiões de matriz africana

Sincretismo Religioso no Brasil: Reflexões Necessárias

Uma questão recorrente no cenário religioso brasileiro é o sincretismo presente entre as religiões de matriz africana e o cristianismo. No entanto, é crucial lembrar que o próprio cristianismo se valeu do sincretismo em seu processo de estabelecimento. Ao apropriar-se de celebrações e rituais pagãos, a religião cristã encontrou uma forma de facilitar a conversão dos pagãos ao culto do filho de Deus.

Mais preocupante do que o sincretismo, é a violência dirigida contra as religiões de matriz africana, como os frequentes ataques a terreiros e membros dessas religiões. Tais atos são muitas vezes associados a lideranças evangélicas, que acusam os praticantes de cultuarem forças demoníacas. No Rio de Janeiro, narcomilícias impõem proibições contra a prática da umbanda e candomblé, respaldadas por interpretações distorcidas da Bíblia cristã e uma campanha contra os terreiros.

Em meio a isso, é fundamental destacar a obra “A fé e o fuzil: Crime e religião no Brasil do século 21”, de Bruno Paes Manso, que oferece insights valiosos sobre esse contexto. No entanto, é importante ressaltar que não é necessário compartilhar das crenças do candomblé e da umbanda para participar de tradições como vestir branco e pular sete ondas.

Antes de julgar ou agredir aqueles que professam tais crenças, é essencial refletir sobre a nossa própria conexão com o desconhecido. O ódio não é inerente, mas sim ensinado por lideranças que buscam controlar através do medo. Em 2024, que possamos perceber que temos mais em comum uns com os outros do que com as agendas daqueles que buscam nos manipular.

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