A ministra da Saúde alerta sobre os perigos da desinformação, destacando que pode resultar em consequências fatais, durante conferência da Cátedra Otavio Frias Filho.

A desinformação pode levar à morte e ao adoecimento, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante uma conferência sobre ciência, comunicação e o futuro da pesquisa científica. A conferência, intitulada Cátedra Otavio Frias Filho de Estudos em Comunicação, Democracia e Diversidade, contou com a participação de renomados líderes acadêmicos e profissionais da área, incluindo a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, titular da Cátedra.

Durante a conferência, Trindade abordou os desafios enfrentados pela comunidade científica durante a pandemia de Covid-19 e destacou o papel da desinformação na promoção da desconfiança da população em relação às orientações de prevenção e vacinação. Ela ressaltou que o ataque à ciência durante a pandemia teve uma carga política evidente no Brasil, e que a desinformação e o negacionismo são responsáveis pela recente queda na cobertura vacinal no país.

Segundo a ministra, em 2021, o Brasil atingiu o menor patamar de cobertura vacinal em 20 anos, chegando a apenas 59% da população vacinada, enquanto o índice recomendado pelo Ministério da Saúde é de 95%. Trindade destacou que vacinas como a da Covid-19 e do HPV foram alvo de campanhas sistemáticas de negação, mas que isso não explica completamente a mudança de comportamento dos brasileiros em relação à vacinação. Ela ressaltou que a percepção de risco das pessoas mudou com o sucesso das políticas de vacinação, o que pode levar à negligência na busca pelo reforço contra a Covid-19.

A ministra alertou que a Covid-19 ainda causa mortes no Brasil e que há uma nova variante da doença circulando pelo mundo. Ela informou que o Ministério da Saúde lançou uma campanha de multivacinação para crianças e adolescentes, visando aumentar a cobertura vacinal no país.

Além disso, Trindade ressaltou que os futuros desafios da saúde estarão cada vez mais relacionados às mudanças climáticas. Grandes enchentes, secas intensas e ondas de calor configuram situações de emergência em saúde, e os sistemas de saúde precisam estar preparados para lidar com esses eventos. A ministra enfatizou a importância da comunicação e informação adequadas, pois a desinformação pode ter um impacto imenso na saúde das pessoas.

Nísia Trindade é a primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde no Brasil e também foi a primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Durante a pandemia, sua atuação na instituição foi elogiada, especialmente pelo acordo firmado com o governo federal e a AstraZeneca para a produção da vacina contra a Covid-19 em parceria com a Fiocruz.

A Cátedra Otavio Frias Filho de Estudos em Comunicação, Democracia e Diversidade foi lançada em fevereiro de 2021, em comemoração aos cem anos da Folha. A iniciativa homenageia o jornalista Otavio Frias Filho, que liderou o projeto de modernização do jornal e dirigiu a Redação até sua morte.

É evidente que a desinformação é um problema grave que precisa ser enfrentado de forma efetiva. A disseminação de informações falsas pode ter consequências devastadoras para a saúde da população, especialmente durante uma pandemia. Por isso, é fundamental que a comunidade científica, os profissionais de saúde e os meios de comunicação trabalhem juntos para fornecer informações confiáveis e combater a desinformação. Acredita-se que, com uma comunicação clara e precisa, será possível aumentar a confiança nas orientações sanitárias e garantir uma maior cobertura vacinal, protegendo assim a saúde de todos os brasileiros.

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