Conclusão do ATL com Cobranças ao Presidente Lula

A 20ª edição do ATL (Acampamento Terra Livre) chegou ao fim na última sexta-feira (26), com a divulgação de uma carta aberta que expressa repúdio à condução da política indigenista no Brasil, principalmente em relação à demarcação de territórios. O documento, assinado pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e organizações de base, direciona a cobrança de ações urgentes ao presidente Lula, com destaque para a instalação de uma Força-Tarefa para dialogar e demarcar as terras indígenas em um prazo de 15 dias.

O ATL, considerado a maior mobilização indígena do país, reuniu mais de 8.000 pessoas das cinco regiões no Eixo Cultural Ibero-americano, em Brasília. Diversos representantes de aproximadamente 200 povos estiveram presentes durante o evento, que teve como pauta central a defesa dos territórios indígenas e a participação efetiva dos povos na definição de políticas direcionadas a eles.

O tom poético da carta ressalta a resistência dos povos originários e a necessidade de proteção de seus direitos. Além disso, o documento critica a postura do ministro Gilmar Mendes, do STF, em relação à lei do marco temporal das terras indígenas, considerando-a favorável aos ruralistas e contrária aos interesses dos indígenas.

Manifestações e Dialogo com o Presidente

Nos últimos dias do acampamento, indígenas realizaram protestos em Brasília, cobrando ações concretas em relação às demarcações de terras e ao fortalecimento dos órgãos responsáveis pela proteção dos povos indígenas. Lideranças do movimento foram recebidas pelo presidente no Palácio do Planalto, onde pautas indígenas foram discutidas.

Diante da mobilização e das cobranças feitas durante o ATL, a expectativa dos povos indígenas é que o presidente Lula cumpra os compromissos firmados e garanta a demarcação efetiva de todas as terras indígenas no país. A luta pela preservação dos territórios indígenas, pela manutenção das tradições e pela garantia dos direitos dos povos originários continua, destacando a importância da união e da articulação dos indígenas na defesa de suas causas.