Ação coletiva acusa mais de uma centena de sacerdotes de agressão sexual na diocese de Quebec.

Um escândalo de abuso sexual estremece a diocese de Quebec, no Canadá. Uma ação coletiva foi aberta em agosto de 2022, reunindo os testemunhos de 147 pessoas que afirmam ter sido vítimas de agressões sexuais por mais de uma centena de sacerdotes ou funcionários da diocese. Os atos teriam ocorrido entre 1987 e 1988.

O advogado das vítimas, Alain Arsenault, explicou à AFP que alguns agressores teriam ficado sob proteção durante muito tempo. Ele ressaltou a importância de dar voz às vítimas e denunciou a conduta dos agressores. A diocese de Quebec, procurada pela AFP, não respondeu de imediato à solicitação de comentário sobre o caso.

Valérie Roberge-Dion, porta-voz do arcebispo, expressou o choque da diocese diante dos novos acontecimentos. A ação coletiva tem como alvo particular o cardeal Marc Ouellet, que também foi acusado de crimes sexuais. Até 2023, Ouellet ocupou um dos cargos mais importantes dentro da Cúria, a administração central da Santa Sé, e sempre negou “firmemente” as acusações, qualificando-as de “difamatórias”. Em janeiro de 2023, deixou a função por razões de idade.

Essas alegações chocantes trazem à tona a discussão sobre os abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica e a necessidade de responsabilização por tais atos. As vítimas buscam justiça e o direito de terem suas vozes ouvidas, enquanto a diocese de Quebec enfrenta uma crise que abala sua credibilidade perante a comunidade.

O caso levanta questionamentos sobre a proteção dada pela instituição aos agressores e as possíveis falhas no sistema que permitem a perpetuação de tais crimes. Ainda há muito a ser esclarecido e investigado, porém, é crucial que sejam tomadas medidas efetivas para prevenir futuros abusos e garantir a segurança das crianças e fiéis que frequentam as instituições religiosas.

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