Acusação de estupro contra técnico de futebol gera debate sobre machismo e cancela carreira de Alexi Stival, o Cuca



Acusação de estupro contra Cuca gera debate sobre machismo no futebol

No dia 3 de maio de 2023, a Folha revelou que a Justiça da Suíça anulou a sentença que condenou o técnico Alexi Stival, o Cuca, em 1989 por acusação de estupro de uma menor. O tema voltou à tona, gerando intenso debate acerca do machismo no futebol e resultando no cancelamento do treinador.

O Grêmio jogou um torneio chamado Copa Phillips em Berna (Suíça) no fim de julho de 1987, e foi nesse contexto que ocorreu o incidente. Os jogadores Alex Stival (Cuca), Henrique Etges, Fernando Castoldi e Eduardo Hamester foram presos pela polícia e acusados de cometer ato sexual sob coerção com Sandra Pfäffli, de 13 anos, filha de um funcionário do hotel onde a equipe estava hospedada. A garota afirmou ter ido ao quarto dos jogadores com dois amigos para pedir autógrafos, camisas e flâmulas, mas acabou abusada quando eles deixaram o local. O Grêmio afirmou inicialmente que ela apenas esteve lá para pedir os brindes, mas dois jogadores confessaram ter tido sexo com a garota de forma consensual. Cuca e Fernando negaram participação desde o começo.

O processo seguiu seu curso e, em 1989, Cuca, Henrique e Eduardo foram condenados a 15 meses de prisão e uma multa de US$ 8.000. Fernando pegou 3 meses e multa de US$ 4.000 como cúmplice, por ter ficado, segundo o juiz, monitorando a porta do quarto. No entanto, os jogadores não cumpriram as penas e o caso foi esquecido ao longo dos anos.

O caso voltou com força quando a direção do Corinthians anunciou Cuca como novo treinador em 21 de abril de 2023. Com protestos intensos de redes sociais e do time feminino do clube, ele deixou o cargo após dois jogos, em 26 de abril.

Cuca sempre afirmou ser inocente, alegando que não presenciou o que aconteceu com a menina no quarto. Em 2023, a Justiça suíça descobriu que a suposta vítima já havia morrido anos antes, e um herdeiro dela foi localizado, mas não quis se envolver no caso.

Após toda a confusão e a saída de Cuca do Corinthians, sua defesa pediu a reabertura do caso e um novo julgamento, alegando que ele havia sido condenado à revelia. A alegação foi acatada, mas o Ministério Público considerou o caso prescrito, resultando na extinção da pena e do processo sem uma reavaliação dos fatos em si.

A acusação de estupro contra Cuca gerou um intenso debate sobre machismo no futebol e levantou questionamentos sobre o tratamento de casos de abuso sexual envolvendo atletas. A controvérsia em torno do caso marcou a carreira do técnico e levanta reflexões importantes sobre a cultura do estupro no esporte.


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