Decisão sobre cassação de Moro gera polêmica

O advogado da União Brasil-PR, que representa Sergio Moro nas ações que podem resultar na cassação de seu mandato de senador, fez duras críticas ao voto do juiz José Rodrigo Sade. Sade defendeu que gastos com segurança devem ser considerados ao analisar despesas de pré-campanhas eleitorais.

Sergio Moro está enfrentando duas ações no TRE do Paraná, movidas pelo PT e PL, que o acusam de abuso de poder econômico nas eleições de 2022. O julgamento encontra-se empatado em 1 a 1 e será retomado na próxima segunda-feira.

O advogado Gustavo Guedes destacou que a decisão de Sade em considerar os gastos com segurança na pré-campanha pode comprometer a candidatura de um político ameaçado de morte. Ele ressaltou a importância dessas despesas dadas as circunstâncias de polarização e insegurança no cenário político atual.

Por outro lado, o advogado do PT elogiou a posição de Sade, considerando-a relevante para superar argumentos apresentados pelo relator. Sade foi nomeado pelo presidente Lula para o cargo em fevereiro deste ano e tem sido peça-chave no julgamento de Moro.

O debate sobre o que define despesas de pré-campanha tem sido central no processo. O relator Luciano Carrasco Falavinha votou pela improcedência do pedido de cassação, argumentando que gastos com segurança não devem ser contabilizados, pois não contribuem diretamente para a obtenção de votos.

Sade, por sua vez, sustentou que os gastos com segurança foram fundamentais para a pré-campanha de Moro e que representaram um desequilíbrio em relação aos demais candidatos. Ele destacou que nem todas as despesas geram votos diretamente, mas contribuem para a estratégia de campanha.

A divergência de opiniões entre os juízes e advogados evidencia a complexidade do caso e a importância da decisão final sobre a cassação de Sergio Moro. A sessão será retomada na próxima semana para a manifestação da terceira juíza, Cláudia Cristina Cristofani.