Os agricultores europeus estão em estado de consternação diante do subsídio insuficiente para enfrentar a crescente inflação, principalmente no custo dos combustíveis e dos fertilizantes, cuja escassez é decorrente do conflito na Ucrânia. Eles também protestam contra a concorrência dos produtos agrícolas isentos de impostos pela União Europeia como forma de ajudar no conflito com a Rússia.
Os agricultores ainda se queixam das limitações ecológicas que, segundo eles, aumentam excessivamente o custo de seus produtos. O movimento de protesto também ameaça as medidas de proteção ao meio ambiente adotadas dentro da UE.
Insatisfação persiste
A insatisfação e os protestos ameaçam continuar, apesar das medidas atenuadoras de governos e da UE, e há um risco de se espalhar para outras categorias. Embora a UE não esteja oficialmente em recessão econômica, a crise é um fato inarredável do cotidiano, liderada pelos crescentes custos da energia, alimentos, saúde e habitação.
No Reino Unido, os protestos no setor da saúde são constantes e a crise econômica ameaça a hegemonia do Partido Conservador, que está no poder desde 2010.
Politicamente, na Europa Continental, há uma tentativa por parte dos partidos de extrema direita, como o Rassemblement National na França e o Alternative fúr Deutschland na Alemanha, de capitalizar a insatisfação e os protestos, sobretudo dos agricultores, vistos como um setor mais conservador do que os trabalhadores urbanos.
