Antiguidades saqueadas emprestadas para a Namíbia e devolvidas à Nigéria

No ano de 2022, a Alemanha tomou a decisão de devolver à Namíbia 23 antiguidades saqueadas no século 19. No entanto, em vez de uma restituição efetiva, os objetos foram cedidos em forma de empréstimo, sem prazo definido. Essa ação gerou diversas críticas, mas a fundação responsável pela organização do processo se defendeu afirmando que a medida foi tomada por razões puramente burocráticas.

Além disso, no mesmo período, o Ministério do Exterior alemão devolveu 22 bronzes à Nigéria. A ministra alemã da Cultura, Claudia Roth, declarou que a restituição representava o “reconhecimento da injustiça de um passado colonial” e uma tentativa de “devolver a identidade cultural que roubamos”. Essas peças, datadas do século 16, haviam sido saqueadas por tropas britânicas e fazem parte dos 1.130 artefatos roubados do palácio real da cidade do Benin que estão em museus na Alemanha. Os objetos em bronze, marfim e metais preciosos são considerados extremamente significativos na história do continente africano.

Desafio administrativo e diplomático

O tratamento de objetos levados de antigas colônias alemãs é um desafio administrativo e diplomático. Camarões, por exemplo, foi colonizado pelo império alemão e depois invadido e dividido pelo Reino Unido e a França após a Primeira Guerra Mundial.

Recentemente, um projeto para mapear objetos do patrimônio camaronês mantidos em museus alemães identificou mais de 40 mil objetos, mais de 8 mil deles armazenados no Museu Linden, em Stuttgart.

Entre esses artefatos, destacou-se o Mandu Yenu, um trono colorido ricamente adornado com pérolas e conchas, que supostamente teria sido presenteado ao imperador alemão Wilhelm 2º pelo Rei Njoya do Reino do Bamum em 1908. A peça está em exibição no Humboldt Forum, em Berlim. No ano passado, o rei camaronês Nabil Mouhamed Mfonrifoum Mbombo Njoy causou frisson ao sentar no trono roubado de seu bisavô durante uma visita ao museu.