Protestos se espalham por toda a Alemanha
No domingo, além de Hamburgo, várias cidades alemãs viram manifestações, incluindo Schleswig, Nortorf, Neumünster no norte, Boppard, Gerolstein e Ahrweiler no oeste, e Schongau, Bad Tölz e Ebersberg no sul. Em Bremerhaven, no norte, os organizadores estimaram a presença de mais de 4 mil participantes, descrevendo-a como “uma das maiores manifestações contra o fascismo na cidade desde 1945”.
No leste, ocorreram protestos em Rangsdorf, Hoyerswerda, Finsterwalde, Demmin e Neustrelitz, entre outras cidades.
De acordo com o Ministério do Interior, no fim de semana anterior, mais de 900 mil pessoas em todo o país participaram de manifestações contra a ultradireita, conforme dados policiais.
Motivações para os protestos
A onda de protestos teve início após uma reportagem publicada em 10 de janeiro pelo veículo de jornalismo investigativo Correctiv, que revelou que membros da AfD se reuniram com extremistas de direita em Potsdam no mês de novembro para discutir a expulsão de imigrantes e “cidadãos não assimilados”.
Na reunião, foram discutidas questões relacionadas à “remigração”, um termo frequentemente utilizado nos círculos de extrema direita como um eufemismo para a expulsão de imigrantes e minorias.
A notícia da reunião chocou muitas pessoas na Alemanha, especialmente em um momento em que a AfD está ganhando popularidade nas pesquisas de opinião. Este ano, três importantes eleições estaduais estão programadas no leste da Alemanha, região onde o apoio ao partido é mais forte e onde há chances do partido eleger seu primeiro governador.
Em um vídeo divulgado no sábado em homenagem ao Dia em Memória das Vítimas do Holocausto, o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, elogiou os protestos contra a extrema direita e em favor da democracia, respeito e humanidade.
Ao relembrar a derrota do nazismo, Scholz afirmou: “‘Nunca mais’ requer que todos nós estejamos vigilantes. Nossa democracia não é dada por Deus. Ela é feita pelos homens.”
