André Luiz Mattos Maia é acusado de escravizar doméstica por 72 anos: réus podem pegar até oito anos de prisão.





Empregador é acusado de escravizar doméstica por 72 anos

Um caso chocante de escravidão contemporânea veio à tona recentemente, envolvendo André Luiz Mattos Maia, acusado de ser o empregador de Maria de Moura. Segundo informações do grupo especial de fiscalização móvel, Maria foi resgatada aos 85 anos, após ter passado 72 anos em condições semelhantes às de escravo, sendo submetida a trabalhos domésticos para três gerações da mesma família no Rio de Janeiro.

De acordo com a fiscalização, os pais de Maria trabalhavam em uma fazenda que pertencia à família Mattos Maia, onde ela começou a trabalhar aos 12 anos, realizando serviços domésticos. Após a morte dos proprietários, Maria foi transferida para a casa da filha do casal, onde continuou suas atividades, incluindo o cuidado com as crianças.

Recentemente, André Mattos Maia e sua mãe se tornaram réus em um processo na Justiça Federal por escravizar Maria. Segundo o artigo 149 do Código Penal, se condenados, podem pegar de dois a oito anos de prisão. A Repórter Brasil tentou contatá-lo, mas não obteve resposta.

O auditor fiscal do trabalho, Alexandre Lyra, que coordenou a ação, revelou que o empregador justificou que os serviços de Maria eram uma “colaboração voluntária no âmbito familiar” e não trabalho. No entanto, Lyra enfatizou que Maria não tinha liberdade para estudar, criar laços de amizade ou sequer conduzir sua própria vida.

Os casos de libertação de domésticas escravizadas têm ganhado destaque na mídia nos últimos anos. Vizinhos passaram a denunciar situações semelhantes, resultando em um aumento no número de resgates. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, houve resgates em 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023, totalizando 41 resgates neste último ano.


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