Antipolítica de Javier Milei inflama apoiadores e confronta governadores em disputa por recursos públicos, gerando protestos e tensão política.






Artigo Jornalístico

A antipolítica presente no discurso de Javier Milei produz dois efeitos colaterais: de um lado, ele inflama os apoiadores que o elegeram, principalmente, por sua promessa de “acabar com os privilégios da casta política”. De outro, Milei não se estabelece como um sujeito do diálogo frente às demais forças políticas, como os deputados e os governadores das províncias argentinas.

Foi o que aconteceu na briga entre Milei e os governadores, que exigiram o repasse de recursos da nação que, por lei, deveriam ser destinados aos estados. O governador da província de Chubut, na Patagônia, Ignacio Torres, chegou a ameaçar o presidente dizendo que, se ele não fizesse o repasse, as províncias do sul não entregariam petróleo e gás para o restante do país. Chubut e Neuquén são as maiores produtoras de petróleo da Argentina.

Uma boa notícia foi o recuo no aumento de 30% nos salários de deputados e senadores, que havia sido autorizado pela vice-presidente da Argentina, Victoria Villarruel, que também é presidente do Senado, e pelo presidente da Câmara, Martin Menem. A notícia “caiu mal”, principalmente num momento em que os mais pobres sofrem os ajustes do governo, escancarando a contradição sobre quem, afinal, seria a verdadeira casta. Milei determinou que o aumento fosse suspenso.

Protestos, greves e inflação dão tom

Imagem: Tomas Cuesta – 23.fev.24/AFP

Paralelamente, nas ruas, os protestos só aumentam, mesmo diante do protocolo antiprotestos de rua, que proíbe que as manifestações obstruam vias públicas, permitindo que a polícia reprima manifestantes que desobedecerem a norma.


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