Em um discurso transmitido em rede nacional, o presidente Milei provocou intensos debates no país. Sua postura anarco-capitalista e as medidas de austeridade adotadas têm gerado forte reação da população argentina. “Escutei o presidente em rede nacional e decidi vir para cá para refletir sobre este momento particular que a Argentina vive, sobre o projeto anarco-capitalista e o sacrifício inútil ao qual nosso povo está sendo submetido”, afirmou um cidadão ouvido pela reportagem.
Na segunda-feira, Milei comemorou como uma “façanha histórica” o superávit financeiro registrado no primeiro trimestre deste ano, algo não visto desde 2008, início do governo de sua adversária política, Kirchner.
No entanto, a ex-presidente Kirchner contestou essa comemoração, afirmando que o superávit “não tem sustentação” e questionando os impactos das políticas econômicas adotadas pelo atual governo.
As medidas de Milei incluem a paralisação das obras públicas, demissões de funcionários públicos, fechamento de dependências do governo, corte de subsídios, aumento de tarifas públicas e o congelamento de orçamentos. Tudo isso em um cenário de inflação próxima a 290% ao ano e de intensa pobreza que afeta metade da população.
Kirchner não poupou críticas, declarando que o governo atual não apresenta um plano de estabilização, mas apenas de ajuste. Ela questionou a efetividade das medidas adotadas, reforçando a preocupação com o bem-estar da população.
