Artista leva o samba à ONU e destaca importância do letramento racial para combater o racismo estrutural




Cantora defende representatividade do samba na ONU

A cantora considera que trazer o samba para a ONU é “revolucionário”. “Fico muito emocionada. Não foi fácil chegar aqui. Sou mãe solteira, sustento minha mãe e minha filha. Meu dinheiro é suado e contado. Chegar aqui é uma vitoria muito grande. Meu corpo é um corpo politico e ele deveria estar aqui. Espero que isso aconteça outras vezes e que possa abrir portas a outras mulheres negras”, disse. “É uma vitória para mim, mas também para pessoas como eu, que são muitas”, insistiu.

Ela, porém, não hesitou em fazer um alerta sobre a situação brasileira. “Estou cansada de ver gente indo longe e, depois, esquecendo quem ficou. Chegam la e dizem: a favela venceu. Não venceu não, continua passando fome”, alertou.

Aposta no letramento racial

A artista também lamentou como, no Brasil, as dores das camadas marginalizadas são colocadas “para baixo do tapete”. Ele tem sua receita sobre como lidar com essa realidade. “Precisamos falar sobre o letramento racial. Muitas pessoas reproduzem o racismo, por não ter tido um letramento racial em casa. Eu não tive”, disse.

A cantora destaca como, mesmo aqueles negros que conseguem ganhar muito dinheiro, acabam repetindo “discursos tristes”.

“Não sei se eles têm tanta culpa disso. O letramento racial é lento”, disse. Ela lembra como famílias acabam privilegiando a luta por ter o que comer e sobreviver. Mas ela sugere outro foco. “Precisamos nos perguntar: será que a falta de comida tem uma relação com a cor da minha pele?. Isso é algo que precisa ser construído”, defendeu.


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