Controvérsias
Em 25 de fevereiro de 2023, Wagenknecht e seus seguidores organizaram um protesto contra a guerra no Portão de Brandemburgo, em Berlim, que atraiu 30 mil pessoas.
O protesto ocorreu após a publicação de um “manifesto pela paz”, escrito por Wagenknecht e pela escritora feminista Alice Schwarzer, que já atraiu mais de um milhão de assinaturas.
O Washington Post noticiou essa manifestação com uma matéria intitulada “Kremlin tenta construir coalizão antiguerra na Alemanha”.
Dağdelen me disse que a maioria dos que compareceram ao comício e dos que assinaram o manifesto são dos “campos centrista, liberal e de esquerda”.
Jürgen Elsässer, um conhecido jornalista de extrema-direita, tentou participar da manifestação, mas Dağdelen – como mostram as imagens de vídeo – discutiu com ele e o mandou embora. Todos, exceto a ala de direita, segundo ela, eram bem-vindos à manifestação.
No entanto, tanto Dağdelen quanto Wagenknecht dizem que seu antigo partido – o Die Linke – tentou obstruir a manifestação e as demonizou por realizá-la.
Parte da controvérsia em torno de Wagenknecht tem a ver com suas opiniões sobre imigração. Wagenknecht diz que apoia o direito de asilo político e afirma que as pessoas que fogem da guerra devem receber proteção. Porém, ela argumenta que o problema da pobreza global não pode ser resolvido pela migração, mas por políticas econômicas sólidas e pelo fim das sanções a países como a Síria.
Uma esquerda genuína, diz ela, deve atender ao grito de alerta das comunidades que pedem o fim da imigração e se deslocam para a extrema-direita do AfD.
O objetivo de sua política, disse Wagenknecht, não é ser anti-imigração, mas sim atacar a posição anti-imigração do AfD ao mesmo tempo em que seu partido irá trabalhar com as comunidades para entender por que elas estão frustradas.
As pesquisas mostram que o novo partido poderia ganhar 14% dos votos, o que seria três vezes a porcentagem do Die Linke e faria do BSW o terceiro maior partido no Bundestag.
(*) Tradução de Pedro Marin