Na manhã de terça-feira, em Rafah, os sobreviventes atordoados caminhavam pelas ruínas de uma casa, um dos locais atingidos pelos ataques aéreos israelenses durante a noite. Os ataques resultaram na morte de 14 pessoas na cidade, para onde mais da metade dos habitantes de Gaza foram empurrados contra a fronteira sul com o Egito.

No necrotério de um hospital próximo, parentes choravam ao lado de cadáveres estendidos sobre os paralelepípedos. Uma mulher abriu uma pequena mortalha manchada de sangue para revelar o rosto de um menino, balançando-o para frente e para trás em seus braços.

Morador em luto, Ibrahim Hasouna, expressou sua indignação com o apoio de outros países a Israel, acusando-os de enviar ajuda apenas para salvar suas aparências enquanto Gaza sofre com os ataques.

O conflito, iniciado quando os combatentes do Hamas entraram em Israel, causou a morte de 1.200 pessoas e o sequestro de 253 reféns, de acordo com os registros israelenses, e já está em seu sexto mês.

Autoridades de saúde palestinas confirmaram cerca de 32.000 mortos no ataque de retaliação de Israel, temendo-se que milhares ainda estejam sob os escombros. A escassez de alimentos em Gaza atingiu níveis alarmantes, segundo o sistema de monitoramento da fome utilizado pelas Nações Unidas.