Ataques de Israel no Oriente Médio: tensões e implicações futuras no cenário político e militar da região

O movimento sionista desde suas origens na Europa até a fundação de Israel em 1948, e o deslocamento dos palestinos até hoje, tem sido um projeto colonizador-colonial marcado por apoio das potências imperialistas. Durante todo esse processo, Israel se aliou às potências imperialistas, que usaram o país como seu agente na luta contra o nacionalismo e socialismo árabes.

Os Estados Unidos apoiaram Israel como sua força policial local contra a transformação revolucionária da região, o que desafiaria seu controle sobre reservas estratégicas de energia. Desde sua fundação, Israel serviu a esse propósito repetidas vezes. Por exemplo, participou do ataque da França e Grã-Bretanha ao Egito de Nasser após a nacionalização do Canal de Suez em 1956, e em 1967, na Guerra dos Seis Dias, que teve como alvo o Egito de Nasser e o Estado sírio durante sua fase nacionalista radical.

Yasser Arafat, líder do Fatah, foi pressionado a adotar a solução de dois Estados, e, em 1968, enquanto as organizações de luta armada entre os refugiados palestinos expandiam-se, a OLP, inicialmente criada pela Liga dos Estados Árabes sob a supervisão do Egito, ganhou autonomia dos países árabes e adotou uma nova carta nacional, passando a integrar diversas organizações armadas palestinas.

No entanto, a crise dos regimes nacionalistas árabes é profunda. A derrota dos regimes radicais no Egito e na Síria durante a Guerra dos Seis Dias levou ao recuo do radicalismo na região, isolando a OLP. O Egito, a Síria e outros países abandonaram gradualmente suas políticas sociais radicais e anti-imperialistas anteriores e começaram a optar pelo neoliberalismo.

Com a assinatura dos Acordos de Oslo em 1993, a luta pela libertação da Palestina histórica foi transformada, e a OLP adotou a solução de dois Estados. Esta situação isolou ainda mais a questão palestina, fortaleceu uma aliança regional de apoio aos Estados Unidos e opondo-se ao Irã, garantindo a estabilidade autoritária neoliberal na região.

A anexação de territórios como a Faixa de Gaza, Cisjordânia e as Colinas de Golã, que ainda são ocupadas por Israel, ajuda a definir a atual configuração geopolítica da região. Este processo decorre do enfraquecimento global do poder dos Estados Unidos, que desde seu fracasso no Iraque, crise financeira de 2008 e início das pressões na região do Oriente Médio, deixou mais espaço para outras potências globais e regionais operarem.

Apesar das contínuas rivalidades entre Estados da região, eles têm uma posição comum de querer voltar a uma situação semelhante à que existia antes das revoltas de 2011, buscando uma estabilidade autoritária que garanta seus interesses políticos e econômicos. E, mesmo com essas mudanças geopolíticas, a questão palestina ainda permanece sem solução.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo