Atos contra Bolsonaro são esvaziados e governo Lula busca descolar imagem do PT das manifestações em todo o país.




Artigo sobre os atos contra Jair Bolsonaro

Neste sábado (23), o governo Lula (PT) viu-se em meio a atos contra Jair Bolsonaro (PL) organizados por partidos de esquerda, os quais, em sua maioria, tiveram baixa adesão nas cidades que ocorreram. A avaliação interna é de que o PT e outros partidos cometeram erros ao seguir em frente com manifestações que careciam de uma “pauta mobilizadora” e que ocorreram de forma desarticulada.

Por sua vez, ministros argumentaram que se tratava de um “evento do PT” e que, portanto, o baixo comparecimento não reflete a força do governo. As pautas dos atos, mesmo sendo importantes, como a defesa da democracia e a lembrança dos 60 anos do golpe militar, não estão no topo das prioridades defendidas publicamente pelo governo.

Diante de uma oscilação negativa na avaliação da gestão petista, Lula e seus ministros decidiram intensificar a divulgação das ações governamentais, com mais viagens pelo país. Aliados têm aconselhado o presidente a evitar confrontos retóricos com Bolsonaro e temas controversos.

O aniversário do golpe militar em 31 de março, uma das pautas dos atos, gerou divisões no governo e entre aliados. A decisão de Lula em desaconselhar eventos para marcar a data foi criticada por alguns setores. O governo busca uma aproximação com militares em meio às investigações sobre a participação de membros das Forças Armadas em articulações pró-golpe após a derrota de Bolsonaro nas urnas.

No momento em que os atos foram planejados, o Palácio do Planalto já havia decidido se distanciar, resultando na ausência de Lula, ministros e demais integrantes do governo nas manifestações, sem menções nas redes sociais do mandatário.

A estratégia de dividir as manifestações em várias cidades tinha como intuito evitar comparações com atos pró-Bolsonaro. No entanto, a adesão foi baixa em diversas localidades, inclusive nas cidades que esperavam maior participação, como Salvador e São Paulo.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ressaltou que o objetivo dos atos não era competir em números com os bolsonaristas, mas sim reforçar o combate a ditaduras e golpes. Em São Paulo, a chuva prejudicou a manifestação, que contou com a presença do ex-ministro José Dirceu.


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