Atos do 7 de Setembro contarão com manifestantes exigindo prisão de Bolsonaro, em meio a movimento crescente.

Manifestantes do Grito dos Excluídos, tradicional manifestação feita no 7 de Setembro, vão pedir a prisão de Jair Bolsonaro (PL) na edição deste ano. A pauta foi incorporada pela CMP (Central de Movimentos Populares) e é discutida por outros movimentos sociais que organizam os atos pelo país.

O tema oficial da 29ª edição é “Vida em primeiro lugar”, com o lema “Você tem fome e sede de quê?”. A questão alimentar também é a pauta deste ano da Campanha da Fraternidade. As duas iniciativas, com forte tom político, são ligadas à Igreja Católica e reúnem outras organizações.

De acordo com um comunicado divulgado pela CMP, um dos principais motivos para ocupar as ruas no Grito deste ano é pressionar pela prisão de Jair Bolsonaro, alegando seus crimes de genocídio contra a população brasileira, fraude eleitoral, golpismo e corrupção. O escândalo das joias também é citado como evidência de que a corrupção ocorreu durante o governo Bolsonaro.

A proposta de pedir a prisão de Bolsonaro foi apresentada por Raimundo Bonfim, coordenador da CMP e filiado ao PT, em uma reunião com representantes de movimentos sociais, como MST, MTST, CUT e UNE. Materiais de convocação para o Grito dos Excluídos já estão circulando nas redes sociais, utilizando o mote da prisão de Bolsonaro para atrair o público.

A CMP, criada em 1993, possui unidades em 19 estados brasileiros e agrupa entidades das mais diversas áreas. De acordo com a organização do Grito dos Excluídos, os articuladores têm liberdade para adicionar outras questões às pautas principais, podendo incluir também problemas locais de cada cidade.

A campanha pela prisão de Bolsonaro tem ganhado força nas últimas semanas e está sendo discutida por diversas organizações de esquerda. A CMP destaca as denúncias contra o ex-presidente e as revelações do hacker Walter Delgatti sobre planos para fraudar uma urna eletrônica como justificativas para sua prisão. Além disso, a organização aponta evidências de participação do clã Bolsonaro em um esquema ilegal de negociação de joias doadas ao Estado brasileiro.

Apesar dos rumores sobre a possível prisão de Bolsonaro, especialistas em direito e pessoas ligadas ao caso consideram a chance de isso ocorrer imediatamente como remota. A avaliação é que as investigações ainda precisam avançar para que essa possibilidade se concretize.

No entanto, a polêmica envolvendo as joias pode levar o ex-presidente à prisão, caso ele seja condenado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Organizações de esquerda que estão planejando mobilizações de rua também monitoram o tema da prisão de Bolsonaro e não descartam a realização de um ato com essa agenda no futuro.

O Grito dos Excluídos deste ano terá concentrações em todas as regiões do país, abordando problemas como injustiça social, miséria e violência. Mais informações sobre as atividades programadas serão divulgadas em uma coletiva de imprensa no dia 4 de setembro.

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