Áudios falsificados por meio de IA influenciam eleições em países como Paquistão e Eslováquia: entenda as consequências da deepfake.





Artigo Jornalístico

Paquistão

Antes das eleições gerais, em fevereiro, um vídeo com o áudio falsificado, por meio de IA, do ex-primeiro-ministro Imran Khan passou a circular nas redes sociais. Na peça adulterada, o líder, que foi condenado a 10 anos de prisão por vazamento de segredos de Estado, e membros de seu partido pediam boicote às eleições gerais.

Eslováquia

Em meio a uma eleição acirrada, em outubro de 2023, um áudio fruto de deepfake que viralizou nas redes sociais influenciou o rumo da votação. Na suposta gravação, o líder do partido liberal Michal Simecka e a jornalista do Denník N, do jornal Monika Tódová, pareciam estar discutindo maneiras de fraudar as eleições, o que se provou falso. O áudio manipulado começou a circular dois dias antes do pleito.

O que dizem os especialistas sobre as consequências da deepfake

Em 2024, vamos ter eleições em mais de 60 países do mundo, em democracias com muitos eleitores, que é o caso dos Estados Unidos, da Indonésia, da Índia, do México e do Brasil. Então, parece ser uma tempestade perfeita justamente para se verificar o efeito dos deepfakes nas eleições. Existe uma preocupação muito concreta de que o uso indiscriminado ou criminoso das deepfakes possa realmente alterar o resultado das eleições.
Solano de Camargo, presidente da Comissão de Privacidade, Proteção de Dados e Inteligência Artificial da OAB SP


Recentemente, uma série de casos envolvendo deepfakes têm causado polêmica em processos eleitorais ao redor do mundo. No Paquistão, um vídeo contendo áudio falsificado do ex-primeiro-ministro Imran Khan circulou pelas redes sociais antes das eleições gerais de fevereiro. Neste vídeo adulterado, o líder, que já foi condenado a 10 anos de prisão por vazamento de segredos de Estado, e membros de seu partido pediam boicote às eleições gerais.

Já na Eslováquia, durante uma eleição acirrada em outubro de 2023, um áudio criado por deepfake viralizou nas redes sociais e teve impacto significativo no processo eleitoral. Na gravação falsa, o líder do partido liberal Michal Simecka e a jornalista do Denník N, Monika Tódová, pareciam estar discutindo maneiras de fraudar as eleições, o que posteriormente foi comprovado como falso. O áudio manipulado começou a circular apenas dois dias antes do pleito, influenciando a percepção dos eleitores.

Diante desses acontecimentos, especialistas alertam para os riscos associados ao uso de deepfakes em contextos eleitorais. Solano de Camargo, presidente da Comissão de Privacidade, Proteção de Dados e Inteligência Artificial da OAB SP, ressalta a preocupação sobre o potencial dos deepfakes em alterar o resultado das eleições em diversas democracias ao redor do mundo, incluindo países com grandes eleitorados como Estados Unidos, Indonésia, Índia, México e Brasil.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo