Aumento da letalidade policial: estados comandados por ministros do governo Lula registraram crescimento alarmante de mortes em ações policiais

As mortes decorrentes de ações policiais têm chamado a atenção nas últimas semanas na Bahia, o que evidencia uma tendência observada nos últimos anos em estados que foram comandados por ministros do governo Lula (PT). Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública analisados pela Folha, Bahia, Amapá, Piauí e Ceará apresentaram um crescimento de até quatro vezes a média nacional na letalidade causada por agentes de segurança durante os mandatos dos ministros.

De acordo com os números, houve um aumento significativo nas mortes decorrentes de intervenção policial na Bahia (426%), Amapá (388%), Ceará (183%), Piauí (137%) e Maranhão (53%) em relação a 2014. Esses índices superam a média nacional, que teve um aumento de 104,35% no período. Apenas Alagoas registrou uma queda de 35%.

É importante ressaltar que durante o período analisado, o Maranhão era comandado pelo atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB). Ao considerar a comparação com os dados de 2018, antes do segundo mandato de cada ministro, também foi constatado um crescimento na letalidade policial, com destaque para Amapá (171%), Bahia (84%), Piauí (31%) e Maranhão (28%). Apenas Ceará teve uma redução de 32% e Alagoas apresentou uma queda de 65%.

Atualmente governada por Jerônimo Rodrigues (PT), a Bahia registrou mais de 50 mortes em operações policiais apenas em setembro deste ano, o que contribuiu para a crise de segurança pública que atualmente afeta o estado. Em meio às críticas, Flávio Dino lançou um plano de enfrentamento ao crime organizado, afirmando que o programa está sendo construído há três meses e não é uma resposta a crises.

Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, destaca que a situação mais crítica é observada na Bahia e Amapá, durante os mandatos dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), respectivamente. Segundo Lima, esses estados seguiram uma abordagem mais agressiva na condução das ações de segurança pública, semelhante à política adotada pelo governo federal na gestão de Jair Bolsonaro.

A falta de uma política integrada de segurança pública específica para redução dos homicídios tem sido apontada como um dos problemas na Bahia, segundo Pablo Lira, presidente do Instituto Jones dos Santos Neves e professor da Universidade Vila Velha. Ele destaca iniciativas bem-sucedidas em outros estados, como o Pacto pela Vida em Pernambuco, o Estado Presente no Espírito Santo, o Projeto em Defesa da Vida no Ceará e a mesa de situação em Alagoas.

Diante desses dados, o ministro Rui Costa afirmou não reconhecer as informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e defendeu a criação de um marco legal para o registro de mortes violentas. A violência crescente na Bahia, aliada ao aumento da letalidade policial e à falta de posicionamento claro em relação a governadores aliados e adversários, tem sido motivo de críticas à gestão do governo Lula na área de segurança pública.

Os governos da Bahia, Ceará e Piauí destacaram a redução de outros indicadores, como o número de homicídios dolosos, e ressaltaram que suas ações são baseadas em dados coletados e visam à preservação da vida. As assessorias dos ministros Wellington Dias, Rui Costa e Waldez Góes, assim como dos governos atuais de Amapá e Maranhão, não se manifestaram até o momento.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo