Aumento da violência ameaça a tranquilidade da Costa Rica

A Costa Rica, conhecida como o país mais pacífico da América Central, está enfrentando um crescimento preocupante da violência. De acordo com dados do ano passado, em 2022 o país registrou um recorde de 666 homicídios, número que foi ultrapassado apenas no primeiro semestre deste ano, e estima-se que chegue a 900 até dezembro. Esse aumento está relacionado à penetração dos cartéis mexicanos de Sinaloa e Jalisco, além das facções criminosas salvadorenhas conhecidas como “maras”.

O jornal mexicano El Universal revelou que o governo costarriquenho tem adotado uma estratégia comum na região, que é a de negociar “tréguas” e fazer acordos com esses grupos ilegais. No entanto, essa estratégia tem se mostrado ineficaz nos países vizinhos, uma vez que não enfrenta o verdadeiro problema: o tráfico de drogas que atravessa esses territórios em direção aos Estados Unidos. A presença desses grupos estrangeiros na região tem impulsionado o aumento do narcotráfico.

Além disso, crimes como demarcação de território, extorsão de comerciantes locais e cobrança irregular de pedágio nas estradas, que são comuns entre os países vizinhos, têm se tornado cada vez mais frequentes na Costa Rica. O governo do presidente Rodrigo Chaves nega que esteja negociando com esses grupos, mas a Procuradoria local já solicitou a abertura de uma investigação após as denúncias.

Outro fator que tem gerado insatisfação com o governo de Chaves é o tratamento dado aos imigrantes, principalmente aqueles que atravessam o estreito de Darién. Ao chegarem ao território costarriquenho, são obrigados a entrar em ônibus que os levam ao norte. Essa situação tem causado aumento nos casos de xenofobia e dividido a opinião política no país.

Os demais países da região e da América Latina têm tratado a questão da violência gerada por essas facções criminosas internamente, sem buscar soluções conjuntas que ultrapassem as fronteiras de cada nação. No entanto, essa abordagem se mostrou um erro, uma vez que o crime organizado transnacional está mais integrado do que os governos nacionais, o que facilita a sua atuação em diferentes países.

Diante desse cenário, é urgente que sejam tomadas medidas conjuntas regionais para combater o crime organizado. Caso contrário, a Costa Rica, considerada a Suíça da América Central, poderá seguir o mesmo caminho dos países vizinhos. A violência crescente é um alerta para a necessidade de cooperação e coordenação entre os países latino-americanos para enfrentar esse problema em conjunto.

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