Aumento salarial de agentes políticos em cidades paulistas chega a 179%, enquanto reajustes para servidores ficam em até 8% – levantamento do Estadão.




Reajustes nos salarios de políticos e servidores públicos em cidades paulistas

Reajustes nos salários de políticos e servidores públicos em cidades paulistas

Um levantamento realizado pelo Estadão revelou que, neste ano, os reajustes aprovados para os servidores públicos de diversas cidades de São Paulo não ultrapassaram 8%. Enquanto isso, os aumentos para prefeitos, vice-prefeitos, secretários e vereadores chegaram a até 179% em alguns municípios.

Para evitar desgastes em ano eleitoral, os vereadores paulistas aprovaram os aumentos significativos nos vencimentos de agentes políticos, na maioria dos casos, para entrar em vigor na próxima legislatura (2025-2028), ou seja, para os vencedores da disputa eleitoral deste ano.

Os reajustes seguem as determinações da Lei das Eleições, que veda aumentos acima das perdas inflacionárias do ano anterior no período de 180 dias antes da eleição até a posse dos eleitos.

As Câmaras e prefeituras argumentam que os reajustes são constitucionais e visam contemplar perdas salariais acumuladas de anos anteriores, inclusive utilizando o aumento do salário mínimo como justificativa.

Em diversos municípios paulistas, os aumentos para agentes políticos foram expressivos. Por exemplo, vereadores de Jundiaí aprovaram um aumento de 52% nos salários dos parlamentares no ano passado. Enquanto isso, em São José do Rio Preto, os vereadores aumentaram seus vencimentos para a próxima legislatura em 179%, o maior salto salarial entre as grandes cidades do estado.

Os servidores públicos, por sua vez, tiveram reajustes menores, como o aumento de 5% aprovado em Rio Preto. Em outras cidades, os servidores também receberam aumentos entre 2% e 7,86%, justificados como correção inflacionária.

Renan Pierri, especialista em impacto de políticas públicas da FGV, destacou que a discrepância nos reajustes entre cargos políticos e servidores é significativa e carece de justificativa técnica, sugerindo que a influência do lobby e do poder político podem estar por trás desses aumentos expressivos.

Essa situação levanta questionamentos sobre a justiça e transparência dos reajustes salariais em cidades paulistas, destacando a necessidade de uma análise mais aprofundada e transparente dessas decisões.


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