Aumento significativo de estudantes brasileiros na Universidade de Lisboa impulsiona debate sobre xenofobia acadêmica

Os alunos internacionais representam atualmente 20% dos 52 mil estudantes matriculados na Universidade de Lisboa. O reitor da instituição, Luís Ferreira, afirma que ainda há espaço para crescer, inclusive com mais brasileiros, que já são a maior comunidade entre as 105 nacionalidades estrangeiras presentes na universidade.

No ano letivo de 2022 e 2023, havia pouco mais de 3.100 estudantes brasileiros na universidade, que é uma das maiores instituições de ensino superior público em Portugal. O reitor diz que, no limite, a universidade poderia receber até 15 mil alunos internacionais, e ressalta como esses alunos enriquecem o ambiente acadêmico.

Uma das vantagens que costuma atrair os brasileiros para as instituições portuguesas é o processo seletivo simplificado, que inclui a possibilidade de utilizar as notas do Enem. Porém, o aumento de estudantes brasileiros em Portugal também trouxe consigo queixas de xenofobia no ambiente universitário. A Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que concentra a maioria dos estudantes brasileiros, foi especialmente afetada por esses casos.

Em 2019, um grupo deixou uma caixa com pedras no hall de entrada da faculdade com a indicação “grátis para atirar em um zuca [brazuca]”. Segundo os responsáveis, se tratava de uma sátira à grande quantidade de alunos brasileiros. Em abril de 2023, mais um aluno da Faculdade de Direito foi acusado de fazer alusão ao apedrejamento de brasileiros durante uma reunião de estudantes. A direção abriu um processo disciplinar para avaliar o caso, que ainda está em andamento.

Apesar dos casos de discriminação, o reitor reconhece que são situações pontuais e que a universidade tem ferramentas para lidar com esses episódios. Ele destaca que as questões são investigadas imediatamente e que existem mecanismos legais de punição. Luís Ferreira afirma que os estudantes brasileiros costumam se integrar bem à vida acadêmica e social da universidade.

Além disso, os estudantes internacionais têm acesso a todos os programas da instituição, como o intercâmbio europeu Erasmus. O reitor ressalta que os alunos da Universidade de Lisboa podem estudar em outro país por até seis meses ou um ano.

No entanto, o aumento do custo de vida em Lisboa tem atrapalhado a atratividade da universidade para estudantes estrangeiros. O reitor reconhece que a alta nos preços dos aluguéis é um problema, mas destaca que a universidade está construindo novas residências universitárias para acomodar os alunos. A previsão é abrir uma nova residência neste mês e outra até o fim do ano, totalizando quase 700 novas camas em 2023. Além disso, há outras duas residências em construção, que devem ficar prontas no próximo ano letivo.

Em resumo, a Universidade de Lisboa busca aumentar sua presença internacional, especialmente com o objetivo de atrair mais estudantes brasileiros. Apesar dos casos pontuais de xenofobia, a instituição possui mecanismos para lidar com essas situações e os estudantes brasileiros costumam se integrar bem na vida acadêmica e social da universidade. No entanto, o alto custo de vida em Lisboa tem sido um obstáculo, mas a universidade está investindo em novas residências universitárias para solucionar esse problema.

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