Baixa representatividade feminina: desde redemocratização, mulheres assumiram apenas 8,6% dos ministérios no governo federal




Artigo sobre representação feminina nos ministérios federais

Representação feminina nos ministérios federais desde a redemocratização do Brasil

Desde a redemocratização do Brasil, em 1985, apenas 42 mulheres assumiram o comando de ministérios no governo federal. Em contrapartida, homens que ocuparam o mesmo cargo somaram quase dez vezes mais, totalizando 444, o que representa 91,4% do total de ministros.

O Ministério da Educação, por exemplo, nunca teve uma mulher à frente nos quase 40 anos desde a redemocratização. Da mesma forma, tanto o Ministério da Fazenda quanto o da Saúde viram apenas uma mulher em cada um desses cargos: Zélia Cardoso de Mello e Nísia Trindade, respectivamente.

Os dados foram compilados por Laura Angélica Silva, doutora em administração pública e governo pela FGV, e publicados no portal do Instituto República.org, voltado para a gestão de pessoas no setor público.

De acordo com a pesquisa, mulheres ocuparam ministérios 57 vezes, enquanto homens ocuparam 603 vezes, o que representa 8,6% e 91,4%, respectivamente. Esses dados consideram que uma mesma pessoa pode ter ocupado o cargo mais de uma vez, como no caso de Marina Silva, Dilma Rousseff e Marta Suplicy.

Analisando os governos desde 1985, constatamos que José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer tiveram uma ministra em seus governos. No entanto, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, não houve nenhuma ministra.

Outro aspecto relevante é que mulheres que ocupam cargos ministeriais no primeiro mandato geralmente permanecem no cargo por mais tempo do que os homens. Enquanto no segundo mandato, os homens são favorecidos nesse aspecto.

Para especialistas, a baixa representatividade feminina nos ministérios está diretamente relacionada à falta de representação política das mulheres. A formação de ministérios envolve negociações partidárias, processo em que as mulheres são minoria.

Além disso, estudos indicam que as mulheres tendem a investir mais em áreas como saúde e educação, reduzir a mortalidade infantil e ter menos chances de estarem envolvidas em casos de corrupção quando ocupam cargos de alto escalão, o que ressalta a importância da presença feminina nas esferas de poder.

Portanto, é fundamental incentivar a participação de mulheres em cargos decisórios, seja por meio de candidaturas femininas nas eleições ou concursos públicos, possibilitando uma maior diversidade e representatividade nas instâncias governamentais.


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