Baixa umidade do ar coloca Grande São Paulo em estado de alerta e provoca complicações de saúde.

Após as fortes chuvas que atingiram São Paulo na última sexta-feira (3), resultando em sete mortes e deixando milhões de moradores sem energia elétrica e água, um novo problema de saúde surge na região: a baixa umidade do ar. Segundo a meteorologista Andrea Ramos, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a combinação do aumento da temperatura com uma massa de ar frio que permanece sobre São Paulo resultará em um clima extremamente seco na quarta-feira (8) e na quinta-feira (9).

“A massa de ar frio e seco tem a característica de manter o tempo aberto, sem chuva, mas com o aumento da temperatura, a umidade do ar diminui”, enfatiza Ramos. Ela destaca que a temperatura chegará a 32°C na quarta-feira e a 33°C na quinta-feira, com níveis de umidade do ar em 25% e 20%, respectivamente.

Esses níveis de umidade colocam a Grande São Paulo em estado de alerta, especialmente na quinta-feira, pois podem causar complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento das mucosas, resultando em sangramento nasal e irritação nos olhos, por exemplo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os níveis ideais de umidade para a prática de atividades ao ar livre variam entre 60% e 80%. Umidade abaixo desses níveis não é considerada adequada para a saúde humana, ressalta Andrea Ramos.

Nessas condições, é recomendado o consumo de bastante líquido e evitar a exposição ao sol nos horários mais quentes, das 10h às 16h.

Diante da queda na umidade, o Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE) deve emitir um boletim de alerta. O CGE é responsável pelo monitoramento de eventos climáticos na região e utiliza uma escala de criticidade para avaliar a umidade do ar, classificando em níveis de atenção, alerta e emergência. Essa escala foi desenvolvida pelo Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas aplicadas à Agricultura da Universidade de Campinas (Cepagro).

A umidade relativa do ar representa a quantidade de vapor de água presente na atmosfera em relação ao máximo possível, considerando a temperatura observada. Geralmente, a umidade do ar é mais baixa no final do inverno e início da primavera, especialmente no período da tarde, entre 12h e 16h.

É importante ressaltar alguns problemas decorrentes da baixa umidade do ar, como complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento das mucosas, sangramento do nariz, ressecamento da pele, irritação nos olhos, eletricidade estática nas pessoas e nos equipamentos eletrônicos, e aumento do risco de incêndios em áreas naturais.

A escala psicrométrica adotada pelo CGE divide os níveis de umidade em três estados: atenção (21% a 30%), alerta (12% a 20%) e emergência (abaixo de 12%). Para cada estado, são recomendados cuidados específicos, como evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h, umidificar o ambiente, permanecer em locais protegidos do sol, consumir água em quantidade adequada e observar as recomendações das autoridades locais.

É fundamental que a população esteja ciente dos riscos e tome todas as precauções necessárias para se proteger durante essa fase de baixa umidade do ar. Lembre-se de beber líquidos com frequência, evitar a exposição ao sol nos horários mais quentes e seguir as recomendações das autoridades de saúde.

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