Bloqueio húngaro dificulta negociações entre Ucrânia e União Europeia e traz incertezas sobre ingresso do país no bloco.

Ucrânia: Bloqueio da Hungria pode adiar negociações de adesão à União Europeia

Na última sexta-feira, a Agência Nacional Ucraniana para a Prevenção da Corrupção incluiu o maior banco húngaro, o OTP Bank, na sua lista de “patrocinadores da guerra” devido à posição da administração do banco de continuar operando na Rússia. Em resposta, a Hungria bloqueou a 8ª parcela de 500 milhões de euros do Fundo Europeu para a Paz, que compensa os estados da UE por apoiarem a Ucrânia com armas. Segundo especialistas, esta decisão pode adiar o início das negociações entre a Ucrânia e a União Europeia.

Hungria e os interesses da Rússia

O primeiro-ministro húngaro, Orban, está sendo questionado por sua atuação em acordo com os interesses da Rússia. Segundo o cientista político Fesenko, a Hungria pode estar freando as negociações da Ucrânia com a União Europeia para corresponder aos interesses russos. Esse posicionamento pode ser um entrave para o avanço das relações entre a Ucrânia e a UE, gerando resistência, principalmente nos EUA, em manter o financiamento militar e financeiro do Ocidente a Kiev. Além disso, a prolongação do conflito cria um problema técnico para o ingresso da Ucrânia na União Europeia, o que pode ser utilizado pela Hungria como pressão para resistir à candidatura ucraniana.

Negociações e congelamento da guerra

Por um lado, a eventual adesão da Ucrânia à União Europeia pode influenciar no prolongamento do conflito da Ucrânia com a Rússia. Especulações apontam para um possível “congelamento” da guerra, uma vez que a falta de êxitos concretos da contraofensiva ucraniana está sendo questionada. Já por outro lado, o fim das ações militares pode ser um estímulo para uma decisão positiva em relação ao ingresso da Ucrânia na UE. A Rússia, por sua vez, nunca se opôs à adesão ucraniana à União Europeia, mas sempre resistiu em relação à entrada na Otan.

Diante dessas questões, especialistas acreditam que a interrupção das ações militares e as negociações para a entrada da Ucrânia na União Europeia podem estar inter-relacionadas. Para a Ucrânia, o estímulo para o fim das ações militares pode ser uma decisão positiva para o ingresso na UE, o que torna a situação ainda mais complexa e sensível.



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