No mês passado, o STF condenou os primeiros três acusados pelos ataques de 8 de janeiro por crimes como associação criminosa e golpe de Estado, com penas de até 17 anos de prisão. Bolsonaro declarou que os manifestantes foram vítimas de uma armadilha patrocinada pela esquerda, mas não explicou como isso teria ocorrido.
Inelegível por oito anos pelo TSE, Bolsonaro incitou seus apoiadores principalmente contra o STF ao longo de seu mandato. Neste domingo, os manifestantes ocuparam parte da praça no ato contra o aborto em frente ao Palácio da Liberdade. A PM de Minas não divulgou uma estimativa de participantes.
Os manifestantes exibiram faixas e cartazes contra a ADPF 442, que busca descriminalizar o aborto no país e está aguardando julgamento no STF. Além disso, cantaram “quero ouvir de novo, supremo é o povo”. Mulheres grávidas e crianças foram colocadas sobre um caminhão de som utilizado para discursos.
A maioria dos manifestantes era formada por fiéis de igrejas evangélicas e católicas carismáticas. O pai do deputado federal Nikolas Ferreira, ligado à igreja evangélica, e o deputado federal Eros Biondini, da igreja católica carismática, estavam presentes.
Desde sexta-feira (6), o ex-presidente e a ex-primeira-dama estavam cumprindo agenda em Belo Horizonte. No primeiro dia, Bolsonaro almoçou com correligionários e participou de um culto em uma igreja evangélica cujo pastor é o pai do deputado Nikolas Ferreira. Ele também se encontrou com representantes do setor agrícola e tomou café da manhã com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, no sábado (7). No mesmo dia, o casal participou de um encontro do PL Mulher, partido do qual Michelle Bolsonaro é presidente da ala nacional. Vídeos do ex-presidente foram reproduzidos em pelo menos dois restaurantes da cidade ao longo da tarde.
A passeata contra o aborto foi a última agenda do casal na capital mineira.
