Bolsonaro indica pastor presbiteriano André Mendonça para o Supremo: o início do tribunal “terrivelmente evangélico”




Artigo Jornalístico

No cenário político, a indicação de um ministro do Supremo Tribunal Federal tem grande relevância e negociações nos bastidores são constantes. E foi em meio a esse contexto que Jair Bolsonaro, em julho de 2021, indicou seu então advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça, André Mendonça, para ocupar o cargo de ministro do STF. O que chamou a atenção nessa indicação foi justamente o fato de Mendonça ser um pastor presbiteriano, algo inédito na mais alta corte do país.

Dois anos antes, em maio de 2019, Bolsonaro já havia mencionado publicamente o desejo de nomear alguém do segmento evangélico para o STF. Essa demanda foi reforçada por líderes evangélicos, sendo a Convenção Nacional das Assembleias de Deus um dos locais onde essa pauta foi destacada. O apoio desse bloco religioso foi essencial para a indicação de Mendonça, que passou por uma sabatina no Senado, tendo que encarar questionamentos sobre a possibilidade de sua crença interferir em suas decisões como ministro do STF.

O apoio das lideranças evangélicas foi crucial para a aprovação de Mendonça, que enfrentou um pente-fino em sua trajetória política e religiosa. Esse respaldo demonstra a força e a influência desse segmento no cenário político nacional. A nomeação de Mendonça sinaliza um reconhecimento e uma aproximação do governo com as igrejas evangélicas, uma vez que Bolsonaro havia feito a promessa de nomear um ministro evangélico para a corte suprema do país.

O fato de um ministro do Supremo ser um pastor presbiteriano, pregando em igrejas evangélicas e sendo alvo de agradecimentos e apoio de líderes religiosos após sua indicação, marca um momento inédito na história do STF e coloca em evidência a relação entre a esfera política e religiosa no Brasil. A presença de Mendonça no tribunal certamente trará impactos nesse contexto, sendo uma pauta importante a ser observada e discutida no cenário nacional.


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