As redes sociais estão sempre buscando por novas tendências estéticas que chamem a atenção. Nomes como “Cottagecore” ou “Dark academia” já foram destaque, e agora uma nova tendência está tomando conta do cenário virtual: “bookshelf wealth”, ou riqueza de estante.
No TikTok e em outras plataformas, tem sido observado um grande alvoroço em torno de pessoas que possuem uma grande quantidade de livros e, mais importante, conseguiram organizá-los de maneira agradável.
Se você já assistiu a um filme de Nancy Meyers, esse visual pode parecer familiar. Aconchegante, acolhedor e polido, mas não antiquado. Lâmpadas de bronze, vasos vintage com flores frescas e uma área de estar aconchegante perto de uma estante do chão ao teto são características marcantes desse estilo.
Kailee Blalock, uma designer de interiores em San Diego, compartilhou um vídeo no TikTok no mês passado que buscava definir a riqueza de estante e ensinar os espectadores a alcançar essa estética em suas próprias casas.
“Esses não são livros apenas para exposição”, alertou Blalock, em um vídeo que já foi visto mais de 1,3 milhão de vezes. “Esses são livros que foram selecionados e lidos verdadeiramente.”
Ela também destacou que esse visual literário combina bem com fotos penduradas aleatoriamente nas paredes, padrões de tecido diferentes e um pouco de bagunça. Em entrevista, Blalock acrescentou que para alcançar esse visual e estilo de vida, é necessário ser um leitor ávido e apreciar o ato de colecionar coisas, especialmente arte e escultura.
Mesmo sem ser a criadora do termo “riqueza de estante”, o vídeo de Blalock gerou muita discussão online. Alguns afirmam que a tendência está mais relacionada à posse do que à leitura propriamente dita.
Breana Newton, coordenadora jurídica em Princeton, Nova Jersey, é uma das pessoas que responderam ao vídeo de Blalock. Em um vídeo próprio, Breana mostra sua casa, repleta de livros por toda parte, sem a organização pensada para a estética e sim para o conforto real.
Ela expressou sua preocupação com tendências como a riqueza de estante, que podem incentivar o consumo excessivo. Neste ano, ela se comprometeu a não adquirir nenhum livro novo.
Outra crítica da tendência, Keila Tirado-Leist, comparou a riqueza de estante ao “luxo discreto” e à “riqueza silenciosa”, estilos que recentemente causaram sensação nas redes sociais. Ela entende o desejo de criar um lar aconchegante, mas alerta para o risco do consumismo desenfreado.
Apesar das críticas, a ideia de camadas tem sido destacada como uma alternativa mais consciente para adquirir peças aos poucos e construir um visual final, em vez de apenas seguir a onda de uma tendência passageira.
Como tudo o que é viral nas redes sociais, a riqueza de estante está longe de ser consenso. Mas uma coisa é certa: o amor pelos livros e pelo conforto em casa está mais presente do que nunca.
