O governo de Tarcísio de Freitas nomeia sócio do secretário da Casa Civil e esposa para cargos públicos com altas remunerações
O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) deu cargos a um sócio do secretário da Casa Civil em um escritório de advocacia e à mulher deste advogado, em remunerações que totalizaram quase R$ 40 mil em janeiro. Titular da Casa Civil, Arthur Lima é braço-direito do governador e responsável final pelos cargos em estatais. Ele também consta na Receita Federal como um dos donos do escritório Duque-Estrada & Advogados Associados.
Um dos sócios na banca é Carlos Augusto Duque-Estrada Junior, que obteve cargos em conselhos de duas empresas públicas, a Prodesp (empresa de tecnologia do governo) e a Desenvolve SP (agência de fomento), conforme revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Além disso, a Folha apurou que a esposa dele, Deise Duque-Estrada, é assessora especial da primeira-dama Cristiane Freitas.
As nomeações aconteceram ao longo do ano passado, e a situação levanta preocupações sobre possíveis conflitos de interesse no governo de Tarcísio de Freitas.
A assessoria do secretário afirmou que ele deixou formalmente a sociedade do escritório —no site da Receita, porém, o nome dele ainda aparecia no quadro societário nesta terça-feira (20). Também afirmou que as contratações seguiram critérios previstos na lei.
Procurada, a pasta nega qualquer conflito de interesses e ressalta que as nomeações e contratações seguiram requisitos estabelecidos para os cargos.
O caso traz à tona a prática comum de abrigar aliados em conselhos de estatais e aumentar salários de secretários, levantando questões sobre a transparência e ética na gestão pública.
A reportagem procurou Deise e a primeira-dama via assessoria do Fundo Social, que também afirmou que a contratação seguiu requisitos estabelecidos para o cargo. A assessoria de Duque-Estrada ressaltou que Deise já trabalhava na transição do governo e “tem uma trajetória acadêmica e profissional altamente qualificada e independente”. Questionado, ele também afirmou que não há nenhum conflito de interesse na atuação como conselheiro e advogado, “pois não trabalha para empresas com processos relacionados ao governo”.