Brasil recebe antiprêmio por aderir ao cartel do petróleo em meio às promessas de liderança climática

Brasil recebe antiprêmio por aderir ao cartel do petróleo

O Brasil foi escolhido como o vencedor do antiprêmio, destinado a denunciar aqueles governos que prejudicam o meio ambiente ou que tomam decisões políticas e diplomáticas contrárias aos objetivos da conferência internacional. Em 2021, o governo de Jair Bolsonaro já havia recebido o “prêmio”, designando a delegação na Conferência de Glasgow como a que mais prejudicava o clima.

Agora, o Brasil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi designado, segundo os organizadores, por ter decidido aderir ao cartel do petróleo, no mesmo momento em que tenta convencer ao mundo que quer ser líder nas questões ambientais. A entrada do governo se refere ao grupo de países associados à Opep e não se refere ao bloco que, de fato, toma decisões.

Mesmo assim, o gesto foi criticado por entidades como Greenpeace e WWF. A adesão ainda deixou membros do Itamaraty e do Ministério de Meio Ambiente irritados com a postura do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira e responsável pelo lobby pela adesão do Brasil. O prêmio é dado pela Climate Action Network (CAN), uma rede de 1,3 mil ONGs de todo o mundo e que está presente em 120 países.

“Brasil, Opep+ não é como se soletra liderança climática”, disse o grupo da sociedade civil.

Silveira já havia indicado sua recusa em aceitar o consenso científico em relação à necessidade de cortar investimentos em energia fóssil. A ONU vem insistindo que, sem esse corte, as metas de impedir que a temperatura do planeta supere a marca de 1,5ºC não será atingida. O IPCC, Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, também aponta na mesma direção.

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