Crise humanitária em Gaza: brasileiros e estrangeiros aguardam repatriação

A situação em Gaza se mantém tensa e crítica para um grupo de brasileiros e estrangeiros que aguardam a repatriação. Entre eles está uma ex-nora de um dos fundadores do Hamas, natural de Criciúma, Santa Catarina. Ela se mudou para Gaza em 2005 e, atualmente, vive sob forte ataque israelense. A situação já dura quase dois meses e ela busca retornar ao Brasil.

Cerca de 80% das pessoas aguardando repatriação estão em Rafah, na parte sul de Gaza, próximo à fronteira, que tem sido alvo de intensos ataques por parte de Israel. Segundo relatos, os ataques se intensificaram após sete dias de tréguas, quando reféns e prisioneiros dos dois lados foram libertados.

Durante as oito semanas de conflito, mais de 15.500 pessoas foram mortas, incluindo milhares de crianças. Além disso, o Comitê de Proteção ao Jornalista reportou que 63 jornalistas foram vítimas dos ataques, com 11 feridos, 3 desaparecidos e 19 presos. Essa situação complexa representa um desafio diplomático para o Itamaraty, que precisa repatriar um grande número de pessoas, incluindo uma criança com hidrocefalia.

Operação diplomática

Até o momento, cerca de 10 mil estrangeiros e palestinos com dupla nacionalidade já foram retirados de Gaza. Dentre eles, estão 32 brasileiros e seus familiares. No entanto, a repatriação da segunda lista demanda um esforço adicional da equipe de diplomatas do Cairo, que conta com apenas 6 pessoas diretamente envolvidas na operação.

Os trâmites burocráticos incluem uma viagem de 350 km da capital egípcia até a fronteira de Rafah, que tem sido complicada devido aos bloqueios militares ao longo do caminho. Além disso, o governo egípcio exige uma taxa de aproximadamente 10 dólares por estrangeiro resgatado, o que tem gerado pressão sobre as embaixadas.

O Itamaraty tem 72 horas para conduzir a repatriação e, uma vez no Cairo, o grupo deverá retornar ao Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira, como ocorreu no resgate anterior.