Brasileiros na Faixa de Gaza aguardam autorização para sair e retornar em meio à crise humanitária

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, alerta para a urgência de autorização para que os brasileiros que estão presos na Faixa de Gaza possam retornar ao Brasil em segurança. Segundo ele, as condições de vida e segurança na região estão se deteriorando rapidamente, especialmente no sul de Gaza, onde os bombardeios são constantes e falta comida, água e medicamentos.

Diante dessa situação, os brasileiros que apresentaram problemas de saúde, inclusive problemas mentais, estão sendo atendidos à distância por médicos e psicólogos contratados pelo escritório do Brasil na cidade de Ramallah, na Cisjordânia. No entanto, eles estão enfrentando dificuldades para sobreviver, chegando a fazer pão para se alimentar. A escassez de água é uma das principais preocupações desses brasileiros, de acordo com diplomatas.

O embaixador Candeas ressalta que essa questão está sendo tratada no “nível político máximo”, com o presidente Lula, o chanceler Mauro Vieira e o assessor especial da Presidência Celso Amorim entrando em contato com suas contrapartes na região. No entanto, até o momento, não houve sucesso na autorização de saída, que depende tanto de Israel quanto do Egito, que administram de forma coordenada a única passagem entre Gaza e o país árabe.

Os brasileiros estão próximos da fronteira, juntamente com centenas de palestinos de outras nacionalidades que também aguardam por autorização para deixar o território. Candeas afirma que estão esperando há três semanas pela abertura da fronteira entre Gaza e Egito, para que os brasileiros possam ser transportados para o Cairo, de onde pegarão um voo da FAB de volta ao Brasil.

Enquanto aguardam, as autoridades brasileiras estão se esforçando para proteger os brasileiros dos bombardeios, compartilhando informações de localização com Israel. Além disso, estão alugando casas para abrigá-los e enviando recursos para que possam comprar alimentos, água, gás e remédios no mercado local precário. Também estão oferecendo apoio de psicólogos e médicos à distância.

O embaixador espera que a abertura de um corredor humanitário pela ONU para o transporte de ajuda humanitária possa contribuir para a solução desse impasse. Vale ressaltar que há centenas de estrangeiros na mesma situação dos brasileiros. No total, 34 pessoas estão sob os cuidados da diplomacia brasileira, incluindo 24 brasileiros, 7 palestinos em processo de imigração e 3 familiares próximos.

Dentre o grupo, há 18 crianças, 10 mulheres e 6 homens. Eles estão divididos entre as cidades de Rafah e Khan Younes. A situação é delicada e exige ação imediata para garantir a segurança e o retorno dos brasileiros à sua terra natal.

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