Catedral da Sé, em São Paulo, é palco de encontro de desaparecidos políticos para discutir programa de resistência.

Encontro de Desaparecidos na Catedral da Sé: marcha política em direção a Brasília

Passados meses desde a última reunião, os desaparecidos políticos de todo o país se encontram na histórica Catedral da Sé, local simbólico da resistência à ditadura, para discutir um programa que visa acabar com a prática do desaparecimento forçado como uma política de Estado. A decisão é marchar até Brasília, em uma marcha política que pretende chamar atenção para a questão dos desaparecimentos. No trajeto, eles se deparam com figuras emblemáticas, como o indígena Sepé Tiaraju, o líder negro Zumbi dos Palmares e Tiradentes.

O escritor B. Kucinski, em seu posfácio ao livro O congresso dos desaparecidos, ressalta: “Embora sempre tenham existido desaparecidos políticos, a expressão só passou a definir um ente no imaginário social depois que esse sinistro método de extermínio de dissidentes políticos foi adotado no Sul das Américas, entre os anos sessenta e setenta do século passado”. O rompante invisibilidade da política de extermínio é tema central do livro.

O filho de Rubens Paiva, Marcelo Rubens Paiva, elogia o drama em prosa de Bernardo Kucinski, enfatizando que o papel do escritor é resgatar toda a história e realizar uma autópsia minuciosa, baseada em pesquisa minuciosa e depoimentos.

O crítico Márcio Selligman-Silva, professor da Unicamp, destaca a habilidade do autor de misturar personagens históricos e criados para permitir uma visão da ditadura, enquanto enfatiza a importância da memória desse período como espinha dorsal da resistência against os fascismos.

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