Censo 2022: 49,03 milhões de brasileiros ainda não conseguem descartar esgoto de maneira adequada, revela IBGE






Brasil enfrenta desafios no saneamento básico, segundo IBGE

Brasil enfrenta desafios no saneamento básico, segundo IBGE

O mais recente recorte do Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, revelou que, apesar dos avanços, o país ainda enfrenta desafios significativos no que diz respeito ao saneamento básico.

De acordo com os dados, cerca de 49,03 milhões de brasileiros ainda não têm acesso adequado ao esgotamento sanitário. Isso se reflete em 39 milhões de pessoas que utilizam fossas rudimentares ou buracos para descartar seus dejetos, e mais de 4 milhões que despejam o esgoto em rios, lagos ou no mar. Além disso, 1,18 milhão de brasileiros não possuem banheiros ou sanitários, e em mais de 3.500 municípios, menos da metade da população vive em locais com coleta de esgoto.

Os problemas de saneamento básico não só afetam a qualidade de vida da população, mas também contribuem para a propagação de doenças, como esquistossomose e cólera. Além disso, a contaminação de mananciais e rios é agravada, impactando o meio ambiente de forma significativa.

A Região Norte do Brasil se destaca negativamente, com menos de 1/4 da população conseguindo fazer o descarte adequado do esgoto. O Amapá apresenta o pior índice, com apenas 10,9% dos habitantes tendo acesso a sistemas de esgotamento considerados adequados pelo Plano Nacional de Saneamento Básico.

No entanto, apesar dos números preocupantes, o país vem demonstrando melhorias. O IBGE apontou que todos os estados apresentaram aumento na proporção da população residindo em locais com coleta de esgoto ou em domicílios com fossa séptica. Em 2000, 59,2% dos brasileiros destinavam corretamente o esgoto, enquanto em 2010 esse número chegou a 64,5%, e agora representa 75,7% da população.

Desafios também na questão da água

Além dos problemas com esgoto, o levantamento do IBGE mostrou que a questão do acesso à água também é um desafio no Brasil. Aproximadamente 97% dos brasileiros têm acesso adequado à água, sendo que 82,9% residem em domicílios conectados à rede geral. No entanto, 3% ainda dependem de fontes como caminhões-pipa, água da chuva, rios ou açudes sem tratamento.

A Região Sudeste se destaca como a mais bem abastecida, com 91% da população tendo acesso à rede geral de distribuição de água. Já a Região Norte apresenta desafios, visto que apenas 55,7% dos moradores têm água proveniente da rede geral, enquanto 36,1% dependem de poços profundos ou artesianos.

É importante ressaltar que os desafios no saneamento básico e no acesso à água têm um impacto direto na saúde e qualidade de vida da população, além de afetar o meio ambiente de forma significativa. O avanço nessas áreas é essencial para garantir um futuro sustentável para o Brasil.

Descarte irregular de lixo afeta milhões de brasileiros

O descarte irregular de lixo também é uma preocupação no país, conforme apontado pelo Censo 2022 do IBGE. Cerca de 18,4 milhões de brasileiros fazem o descarte final de lixo em suas próprias casas ou em terrenos baldios, sem acesso a um sistema de coleta adequado.

Apesar de avanços na coleta de lixo, com 90,9% da população brasileira sendo atendida por esse serviço, ainda há desafios a serem superados. Em 2000, apenas 76,4% da população tinha acesso à coleta de lixo, número que aumentou para 85,8% em 2010 e chegou a 90,9% no último levantamento.

A questão do descarte irregular de lixo não só impacta a saúde das pessoas, mas também contribui para a proliferação de doenças e para a degradação do meio ambiente. A conscientização e o investimento em infraestrutura são fundamentais para enfrentar esse desafio e garantir um ambiente mais saudável para todos.

Grandes desafios regionais e urbanos

O Censo do IBGE também revelou que cidades maiores apresentam melhores índices de atendimento na coleta de lixo, com 98,9% da população em municípios com mais de 500 mil habitantes tendo acesso a esse serviço. Por outro lado, nos municípios com até cinco mil habitantes, apenas 78,9% dos moradores têm acesso à coleta de lixo.

Os desafios enfrentados pelo Brasil no que diz respeito ao saneamento básico, acesso à água e coleta de lixo são complexos e exigem esforços coordenados em níveis federal, estadual e municipal. A superação desses obstáculos é essencial para promover o bem-estar da população e a preservação do meio ambiente no país.


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