O principal lobby de armas dos Estados Unidos, a Associação Nacional do Rifle (NRA), está enfrentando uma grande mudança. O CEO Wayne LaPierre anunciou sua renúncia ao cargo nesta sexta-feira (5), dias antes de enfrentar um julgamento por corrupção em Nova York.
LaPierre, que foi a voz e o rosto da NRA nos últimos 30 anos, anunciou sua renúncia em uma reunião do conselho da entidade em Irving, no Texas. O agora ex-presidente citou razões de saúde para justificar seu afastamento, que será efetivo a partir de 31 de janeiro.
A renúncia de LaPierre ocorre em meio a um julgamento por corrupção em Nova York, movido pela procuradora-geral Letitia James. A investigação começou há quatro anos, após denúncias de desvio de verbas da organização para gastos pessoais por LaPierre e outros réus. Os detalhes das despesas incluem compras em lojas de luxo e viagens para destinos turísticos.
Apesar de enfrentar um contexto de escândalos e turbulências internas, LaPierre teve um papel fundamental no lobby de armas nos Estados Unidos, conseguindo solidificar o movimento pelo direito à posse de armas como um bastião do Partido Republicano. No entanto, a NRA tem enfrentado dificuldades nos últimos anos, com queda no número de membros e na receita, além de um aumento significativo nos gastos legais.
A decisão de renúncia de LaPierre não foi motivada por um acordo com a procuradora-geral de Nova York. Segundo fontes, Andrew Arulanandam, porta-voz de longa data do líder do NRA, assumirá o posto de CEO interino a partir do afastamento efetivo de LaPierre.
A renúncia do CEO pode mudar o rumo do julgamento em Manhattan, onde a procuradora-geral buscava destituí-lo de sua posição na NRA, além de penalizar financeiramente LaPierre e outros réus. O processo de seleção do júri já começou, e as declarações iniciais estavam programadas para a semana que vem.
