Chefe de Assessoria de Direitos Humanos vê dilema entre passado e presente: Nilmário Miranda em destaque.







Nilmário Miranda e a defesa dos direitos humanos

Nilmário Miranda está como a ostra entre o rochedo e o mar.

O ex-militante contra a ditadura, que foi preso e torturado, atualmente está à frente da Assessoria Especial de Defesa da Democracia e História e da Verdade do Ministério dos Direitos Humanos. Nilmário, ex-deputado federal pelo PT de Minas Gerais, recebe duras críticas de militantes de direitos humanos e familiares de mortos e desaparecidos sobre a atuação do governo, em especial do presidente Lula, nas questões relacionadas ao setor.

Entre as críticas, destaca-se a demora em recriar a Comissão de Mortos e Desaparecidos, as declarações de Lula sobre a ditadura ser parte da história, e a ordem do presidente para que órgãos do governo não lembrem os 60 anos do golpe militar, o que culminou no cancelamento de um ato programado pelo Ministério dos Direitos Humanos.

Nilmário, no entanto, procura compreender as motivações de Lula, salientando que militares estão sendo investigados e houve desmilitarização do governo, além de enumerar ações realizadas pelo ministério, como a transformação da Casa da Morte, centro de tortura durante a ditadura, em Petrópolis, em um memorial.

Além disso, Nilmário, autor do livro “Dos Filhos deste Solo” juntamente com Carlos Tibúrcio, está finalizando uma edição resumida da obra, que conta a história dos mortos e desaparecidos da ditadura, em colaboração com o poeta e ex-preso político Hamilton Pereira, conhecido como Pedro Tierra.

Desafios e Perspectivas

A reinstalação da Comissão de Mortos e Desaparecidos e o funcionamento da Comissão de Anistia são pontos de debate. Nilmário defende a aceleração dos julgamentos de casos de anistia e a reinstalação da Comissão de Mortos e Desaparecidos, ressaltando que o presidente é quem tem a palavra final nessas decisões.

Em relação ao trabalho da assessoria especial que chefia, Nilmário destaca o projeto de julgar mais de 3.000 casos de anistia até 2026 e a necessidade de reforçar a estrutura e os recursos disponíveis.


Perfil de Nilmário Miranda, 76 anos

Nascido em 1947 em Belo Horizonte e criado em Teófilo Otoni, Nilmário é jornalista formado pela UFMG, com mestrado em Ciências Sociais. Conhecido por sua atuação na defesa dos direitos humanos, foi ministro dos Direitos Humanos no primeiro governo Lula e atualmente lidera a assessoria especial do Ministério.


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