Escolas chinesas pedem que estudantes não sigam tradições estrangeiras de forma acrítica

No sul da China, mais especificamente em Dongguan, e também na cidade de Harbin, no nordeste do país, escolas estão fazendo um apelo aos estudantes e familiares: que não sigam as tradições e culturas estrangeiras de forma acrítica.

Além disso, na província de Gansu, no noroeste chinês, uma filial da Liga da Juventude Comunista fez um comunicado aos seus membros, instruindo-os a celebrar a Batalha do Lago Changjin, um filme chinês de 2021 que retrata a luta entre o Exército Voluntário chinês e as forças dos EUA durante a Guerra da Coreia.

A China é conhecida por gerenciar de perto todas as religiões permitidas no país, incluindo o cristianismo. O governo chinês busca evitar influências externas e mantém uma vigilância sobre as práticas religiosas. Apesar de não proibir o cristianismo, a gestão próxima é uma forma de controlar o que é considerado como “influências externas”.

No entanto, a China tem feito esforços para exportar sua própria cultura, como as tradições do Festival de Primavera e o Ano Novo Lunar, como formas de projetar seu “soft power” no cenário internacional.

Na China continental, o Natal não é considerado um feriado público. As maiores religiões no país são o budismo e o taoísmo, além do culto ancestral, que é uma prática comum. Vale ressaltar que o Partido Comunista oficialmente se declara ateu.

Recentemente, Wang Huning, quarto membro mais influente do Politburo chinês, liderado pelo presidente Xi Jinping, fez um pronunciamento a grupos cristãos, pedindo que eles “aderissem à sinicização do cristianismo”. Ou seja, que a prática cristã se alinhe com a cultura e tradições chinesas.

Essas medidas refletem a postura do governo chinês em relação à influência estrangeira, tanto no âmbito cultural quanto religioso. O país busca proteger e preservar suas tradições e identidade cultural, ao mesmo tempo em que expande sua influência global.