Ciberataques se tornam mais voltados para espionagem em meio ao aumento da geopolítica mundial, revela relatório da Microsoft

Os ciberataques no mundo têm se tornado cada vez menos destrutivos e mais voltados para operações de espionagem, de acordo com um relatório da Microsoft publicado nesta quinta-feira (5). O Relatório de Defesa Digital da Microsoft (MDDR) mostra que os Estados e atores privados que trabalham para eles têm negligenciado ataques destrutivos em favor de campanhas de espionagem, que são mais difíceis de serem detectadas.

O relatório destaca que ativistas apoiados pela Rússia e Irã têm aumentado suas capacidades de coleta de informações. Cerca de metade dos ataques russos observados contra as redes ucranianas ocorreram nas primeiras seis semanas de guerra, mas diminuíram depois desse período.

A Microsoft também ressalta a relação crescente entre as operações cibernéticas e a propaganda, visando manipular as opiniões mundiais e nacionais para enfraquecer as instituições democráticas de seus adversários. A empresa alerta que qualquer governo ou infraestrutura essencial de um país que fornece ajuda política, militar ou humanitária à Ucrânia pode ser alvo desses ataques. Cerca de metade dos ataques russos visaram especificamente a Ucrânia, enquanto um terço visou países-membros da Otan, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Polônia.

Quanto à China, a Microsoft destaca a atividade cibernética apoiada pelo Estado chinês em torno do mar da China meridional, que ilustra os objetivos estratégicos de Pequim na região e o aumento das tensões com Taiwan. No entanto, muitas dessas operações aparentam estar relacionadas à coleta de informações de inteligência.

O relatório também revela que o Irã e a Coreia do Norte têm mostrado maior sofisticação em suas operações cibernéticas, reduzindo as diferenças com as grandes potências deste âmbito, como China e Rússia.

Além disso, a MDDR alerta para a crescente coordenação entre países e “hackativistas” no contexto do conflito na Ucrânia, bem como uma proliferação de atores não estatais em todo o mundo, denominados de “cibermercenários”. A Microsoft ressalta que o crescimento maciço desse mercado representa uma ameaça real para a democracia, a estabilidade mundial e a segurança online.

O relatório da Microsoft destaca a mudança de perfil dos ciberataques, que agora priorizam a espionagem em vez da destruição. Além disso, ressalta a relação entre as operações cibernéticas e a propaganda, visando enfraquecer instituições democráticas. O relatório também destaca as atividades russas e chinesas, bem como o aumento da sofisticação das operações cibernéticas do Irã e Coreia do Norte. Por fim, a Microsoft alerta para a crescente coordenação entre países e “hackativistas”, além da proliferação de atores não estatais, representando uma ameaça para a democracia e a segurança online.

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