“Cidades de São Paulo sofrem apagão após tempestade: Enel é alvo de críticas por falta de atendimento às reclamações de falta de energia”.

Uma tempestade que atingiu São Paulo nesta sexta-feira (3) deixou um rastro de caos e seis mortos. O impacto do temporal é evidente nas redes sociais, com relatos de pessoas que acionaram a Enel e ainda não receberam atendimento. Alguns bairros da capital paulista, como Vila Mariana e Perdizes, estão sem energia há cerca de 20 horas desde as 16h30 de sexta. A situação persiste mesmo após diversas tentativas de contato com a empresa.

A reportagem do jornal entrou em contato com o telefone de atendimento da Enel, o 0800 7272 120, por volta das 9h15 deste sábado (4), mas não obteve sucesso, pois o número estava ocupado.

Em comunicado, a Enel explicou que as fortes chuvas e ventos de até 104 km/h derrubaram árvores e galhos sobre a rede elétrica, causando danos em diversos pontos da distribuição de energia.

A companhia afirmou que mobilizou equipes para realizar reparos, ampliou os canais de atendimento e reforçou o centro de controle. A Enel está trabalhando incansavelmente para restabelecer o fornecimento energético em toda a região afetada.

As zonas sul e oeste foram as mais atingidas pela tempestade, e o Corpo de Bombeiros recebeu mais de 1.200 chamados devido a quedas de árvores. Os danos estão sendo avaliados pela Enel, de acordo com o comunicado.

Um dos relatos compartilhados nas redes sociais foi o da usuária Roberta Parra, que afirmou que idosos de seu prédio dependem da energia para tratamentos de suporte de vida. No entanto, não foi possível entrar em contato com ela, pois a bateria de seu telefone está acabando e não há como recarregá-la.

Uma situação semelhante foi vivenciada pela gerente financeira Laís Correa Petropouleas, moradora da Vila Mariana. Segundo ela, o transformador localizado em frente à sua casa explode a cada chuva. Desde as 16h30 de sexta-feira, a energia foi interrompida, e Laís tem tentado obter informações sobre a normalização do fornecimento junto à Enel.

“Tentamos entrar em contato por e-mail, aplicativo, site e telefone, mas não conseguimos em nenhum dos canais. Os telefones estavam ocupados ou não atendiam”, relatou Laís.

Ela acreditava que a energia seria restabelecida até as 2h ou 3h da manhã, que é o tempo máximo que costumam ficar sem luz. No entanto, ao acordar antes das 6h da manhã, percebeu que ainda estava sem energia. Depois de muito tempo, conseguiu falar com a Enel e alertou sobre a necessidade urgente de restabelecer o fornecimento de energia, pois uma pessoa em sua casa depende de oxigênio. O atendente prometeu que alguém seria enviado até às 7h30.

No entanto, até o momento de encerramento desta matéria, às 11h40, ninguém da Enel havia comparecido à residência de Laís. Além disso, ela não consegue mais contato com a empresa por nenhum canal. Segundo Laís, várias ruas da Vila Mariana continuam sem energia.

A mãe de Laís utiliza oxigênio desde janeiro de 2023. Ela depende de um concentrador ligado à energia elétrica, que gera o oxigênio necessário. Sem energia, o concentrador não pode funcionar, e Laís precisa utilizar o tanque reserva. No entanto, não é possível saber quanto tempo de oxigênio ainda resta, mas segundo ela, não será suficiente por muitas horas.

As reclamações sobre a demora no atendimento da Enel se multiplicam.

“Devido à complexidade dos reparos e a necessidade de reconstrução em alguns trechos da rede, o restabelecimento da energia será gradual e pode levar mais tempo”, informou a Enel em comunicado enviado à reportagem.

A empresa não divulgou um prazo para finalizar os reparos. A Enel orienta que os clientes sem energia deem prioridade aos canais digitais disponibilizados pela empresa, como o aplicativo Enel São Paulo e a agência virtual no site www.enel.com.br.

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