Cientistas brasileiros descobrem doença de Alzheimer em macacos-prego-amarelo, abrindo novas possibilidades de pesquisa e tratamento.






Macacos-Prego-Amarelo Desenvolvem Doença de Alzheimer

Macacos-Prego-Amarelo Também Desenvolvem Alzheimer, Revela Estudo

Uma descoberta surpreendente foi feita por um grupo de cientistas brasileiros: os macacos-prego-amarelo (Sapajus libidinosus), comuns no Brasil e na Bolívia, podem desenvolver Alzheimer, uma doença até então associada apenas aos seres humanos.

Após analisar o cérebro de três primatas da espécie que faleceram em idades entre 9 e 33 anos, os pesquisadores identificaram a presença de marcadores característicos do Alzheimer: acúmulo das proteínas beta-amiloide e TAU, comuns nesse tipo de demência. Esse achado pode abrir caminho para novas pesquisas e avanços no diagnóstico e tratamento da doença.

A neurologista Roberta Diehl Rodriguez, líder da pesquisa publicada em março no periódico Scientific Reports, explicou que a parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade de São Paulo (USP) foi fundamental para o estudo. A UnB, com seu Centro de Primatologia, e a USP, com seu Departamento de Neurologia, uniram suas especialidades para investigar mais a fundo o cérebro dos macacos-prego-amarelo.

Cérebro Invadido em Colapso

Os exames realizados nos cérebros dos macacos revelaram que a doença de Alzheimer se manifesta de forma semelhante à observada em humanos, com inflamação e acúmulo de proteínas danosas em idades avançadas. Esse processo degenerativo compromete as funções cerebrais, causando perda de memória e dificuldades cognitivas.

Apesar de ainda não haver tratamentos eficazes para frear a progressão do Alzheimer, a descoberta dos macacos-prego-amarelo como modelo para estudos da doença pode representar um avanço significativo na área. Estudar esses primatas pode proporcionar novas perspectivas de pesquisa e o desenvolvimento de terapias mais eficazes no futuro.

Novas Possibilidades e Próximos Passos

Os cientistas envolvidos no estudo agora planejam aprofundar as investigações, acompanhando outros macacos-prego-amarelo ao longo do tempo para compreender melhor a evolução do Alzheimer nessa espécie. Além disso, a realização de exames de imagem, como ressonância magnética, nos cérebros desses primatas em vida pode fornecer insights valiosos sobre o desenvolvimento da doença.

Com essa pesquisa inovadora, o cenário científico brasileiro ganha destaque internacional e abre portas para novas descobertas no campo da neurologia. Os macacos-prego-amarelo, conhecidos por sua inteligência e habilidades, mostram-se agora como uma chave para desvendar os segredos do Alzheimer e potencialmente encontrar formas mais eficazes de lidar com essa doença devastadora.

Fonte: Este artigo foi publicado originalmente aqui.


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo