Conflito no Parque da Água Branca: Conselho aciona MP contra doação de aves, alegando crime e descaracterização do espaço.




Parque da Água Branca em São Paulo causa polêmica com doação de aves

Conselheiros acionam o Ministério Público contra a doação de aves no Parque da Água Branca

No último dia 2, conselheiros do Parque da Água Branca, localizado na zona oeste de São Paulo, tomaram uma atitude drástica ao acionarem o Ministério Público do estado contra a doação de aves que vivem no espaço. Segundo eles, as aves são consideradas patrimônio público e retirá-las de seu habitat seria um ato criminoso. O documento protocolado está sob análise e causa discussões acaloradas sobre o destino dos animais no parque.

O local abriga atualmente cerca de 2.600 animais, entre galinhas, patos e pavões, e a concessionária responsável pelo parque, a Reserva Parques, anunciou que pretende reduzir a população para 800 animais, alegando que a população atual é excessiva. No entanto, a proposta é contestada pelos conselheiros e pela população em geral.

De acordo com a administração, a intenção é ceder parte das aves para uma ONG, mantendo apenas alguns exemplares para atividades educativas. Entretanto, a medida é vista com desconfiança e preocupação pelos ativistas e frequentadores do parque.

Um dos argumentos utilizados pelos conselheiros é que o parque é tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico) e, sendo assim, há restrições quanto ao manejo e destino das aves que habitam o local.

Além disso, a recente confinação das aves devido ao alerta de gripe aviária no país gerou ainda mais preocupação. As normas sanitárias exigem que, caso um espécime seja contaminado pelo vírus, os demais indivíduos nos arredores devem ser abatidos. Diante disso, os conselheiros questionam a proposta de doação das aves e temem possíveis impactos negativos no parque.

A representação encaminhada à Promotoria conta com cinco signatários, incluindo Regina de Lima Pires, que se mostra determinada a lutar pela preservação das aves no local. Ela teme que a doação das aves resulte na “gourmetização” do parque, transformando-o em algo similar a um zoológico.

O Parque da Água Branca, fundado em 1929, tem uma longa história de preservação da fauna local e a população de aves domésticas faz parte dessa tradição. A disputa em torno do destino desses animais promete ser longa e intensa, dividindo opiniões e gerando debates sobre a preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade.


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