Conflito por terras resulta na morte de indígena Pataxó Hã Hã Hãe em Potiraguá, na Bahia, e mobiliza autoridades estaduais e federais.




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Conflito por terras resulta na morte de indígena no sul da Bahia

Um conflito por terras na cidade de Potiraguá, no sul da Bahia, resultou na morte de uma indígena do povo Pataxó Hã Hã Hãe, neste domingo (21). Além disso, três pessoas ficaram feridas nas proximidades da Terra Indígena Caramuru-Paraguassu.

De acordo com informações do MPI (Ministério dos Povos Indígenas), a situação ocorreu após uma invasão de fazendeiros do grupo autointitulado “Invasão Zero”, que buscavam retomar uma fazenda reivindicada pelos Pataxó Hã Hã Hãe. Em resposta, cerca de 200 ruralistas da região foram convocados a participar da ação, conforme relatos do MPI.

A vítima, Maria de Fátima Muniz, também conhecida como Nega Pataxó, e irmã do cacique Nailton Muniz, foi atingida por disparos de arma de fogo. Tanto ela quanto o cacique Nailton Muniz foram encaminhados ao Hospital de Potiraguá, porém Maria de Fátima não resistiu aos ferimentos. Já o cacique foi transferido para o Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga, a 79 km de Potiguará.

Dois homens apontados como integrantes do movimento “Invasão Zero” foram presos em flagrante e autuados por homicídio e tentativa de homicídio. Quatro armas de fogo apreendidas com o grupo foram encaminhadas para o Departamento de Polícia Técnica. O caso será investigado pela Polícia Civil da Bahia.

Na mesma região, no mês passado, o líder indígena Lucas Santos de Oliveira, o Lucas Kariri-Sapuyá, 31, foi assassinado em Itaju do Colônia. A Terra Indígena Caramuru-Paraguassu, que fica entre os municípios de Itaju do Colônia, Pau Brasil e Camacan, possui 54 mil hectares e abriga cerca de 2.800 pessoas. O território tem um longo histórico de conflitos fundiários envolvendo fazendeiros e indígenas.

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) convocou uma reunião com parte do secretariado e comandantes de forças de segurança para monitoramento da atuação dos órgãos estaduais envolvidos na resolução do conflito. A Secretaria da Segurança Pública do estado determinou o reforço, por tempo indeterminado, do patrulhamento ostensivo na região.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, planeja embarcar no sul da Bahia, junto a uma comitiva do Ministério, nesta segunda-feira (22). A pasta informou que está acompanhando o caso e fazendo interlocuções com diversos ministérios e a SSP-Ba (Secretaria de Segurança da Bahia).


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