Conflitos sociais e econômicos evidenciam ameaças à reforma tributária e à privatização no Brasil

Conflitos sociais e econômicos acirrados têm sido constantes nos últimos dias no país. O embate entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal mostra uma disputa de poder e interesses políticos. Além disso, há também a divergência entre os trabalhadores de empresas públicas e o plano de privatização do governo de São Paulo. Essas disputas refletem as diferentes visões sobre a utilização da terra, os direitos de aborto e o uso de drogas.

Em meio a tudo isso, empresários e profissionais de alta renda tentam barrar a reforma tributária que visa a taxação dos mais ricos. Essa resistência pode prejudicar o interesse da população em geral, já que a reforma é necessária para promover uma maior justiça fiscal.

A forma como esses conflitos estão sendo conduzidos demonstra que a civilização do país está em um momento de retrocesso. Não se trata apenas de resolver os problemas de forma técnica, mas sim de tomar decisões políticas que impactam na vida de todos os cidadãos. Essas decisões podem ser tomadas através de debates, pesquisa e organização, mas também podem ser impostas por meio da força bruta, seja na Justiça ou no Parlamento.

Questões como a ampliação dos direitos de aborto e do uso de drogas ainda são posições minoritárias no eleitorado. No entanto, há grupos políticos que desejam impor um programa fundamentalista, contrariando o princípio democrático do debate. Esse programa defende políticas repressivas que têm consequências sociais terríveis, como o aumento da mortalidade e encarceramento de mulheres e jovens, especialmente os de origem negra e de baixa renda. É preocupante ver que mesmo com o aumento da população carcerária nas últimas décadas, o crime organizado se fortaleceu e entrou para o cenário político.

Além dos conflitos sociais, também existe o embate em relação à privatização. Enquanto alguns acreditam que o Estado deve controlar as empresas para garantir a prestação de serviços públicos justos, outros defendem que a privatização pode trazer mais eficiência. É verdade que tanto empresas estatais quanto privadas podem oferecer serviços precários, mas é ineficiente utilizar as estatais para subsidiar ou transferir recursos sociais. É preciso discutir quem deve arcar com esses custos e como financiar de forma mais eficiente.

Existem países que conseguiram se desenvolver com uma forte intervenção do Estado, como é o caso da França. Porém, a experiência brasileira com empresas estatais tem sido desastrosa em muitos casos, resultando apenas na apropriação indevida de recursos públicos. Portanto, é necessário ter cautela ao considerar a ampliação do poder do Estado.

Em resumo, é fundamental compreender por que esses conflitos políticos se reduzem a embates selvagens. Parte disso se deve à falta de lideranças capazes de mediar esses conflitos de forma mais racional e iluminada. A barbárie política é resultado da ausência de um debate qualificado e da falta de representatividade dos interesses da população.

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