CPI busca blindagem para generais bolsonaristas em meio a investigação.

Vários biógrafos de Napoleão retratam uma cena épica que tem o cheiro de lenda. Durante uma de suas batalhas, alguns autores afirmam que ocorreu em Arcole, enquanto outros dizem que foi em Lodi, Napoleão corajosamente posicionou-se à frente de sua tropa e enfrentou uma chuva de balas. Soldados tombavam à sua direita e à esquerda, mas o líder militar ignorou o perigo iminente. Em tom inflamado, ele proclamou: “Ainda não foi fundida a bala que irá me matar”. No entanto, nos dias de hoje, a atitude é completamente oposta para os generais do exército bolsonarista.

Na CPI do 8 de Janeiro, percebe-se que uma proteção especial tem sido criada para dois generais: Paulo Sérgio Nogueira e Lourena Cid. Nogueira, que chefiava o Ministério da Defesa quando o hacker Walter Delgatti foi enviado por Bolsonaro à pasta, em agosto do ano passado, está envolvido em instruir os militares sobre o questionamento às urnas e ao sistema eleitoral. Enquanto isso, Cid foi responsável por ceder sua conta bancária para que o filho de Bolsonaro, Mauro Cid, pudesse ocultar dinheiro fruto da venda ilegal de joias da União.

Surpreendentemente, o deputado Arthur Maia, presidente da CPI, retirou da pauta da comissão requerimentos que solicitavam a convocação desses generais. Essa decisão ocorreu logo após um encontro entre Maia e o comandante do Exército, general Tomás Paiva, na quarta-feira. Além disso, o ministro da Defesa, José Múcio, visitou o colega Flávio Dino, ministro da Justiça, no mesmo dia. Durante a reunião, Múcio foi informado de que a Polícia Federal não fornecerá os nomes dos militares que se reuniram com Delgatti, alegando sigilo na investigação.

Diante desses acontecimentos, Múcio procurou o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal. Essa busca por apoio evidencia que o Ministério da Defesa, sob o comando do general Paulo Sérgio, não apenas enfrentava desafios em relação à integridade constitucional, mas também enfrentava problemas com transparência em suas fileiras.

A situação dos generais bolsonaristas é bem diferente daquela vivida por Napoleão no campo de batalha. Enquanto o líder militar francês enfrentava as balas com um ar de invencibilidade, os generais do exército bolsonarista encontramo-se alvo de uma CPI que busca elucidar suas ações questionáveis. Resta saber como essa história vai se desenrolar e se a blindagem que está sendo criada em torno desses generais vai prevalecer ou se a verdade virá à tona.

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