Vieira descreveu os ataques do Hamas como “terroristas” e disse que Israel, como o “poder ocupante”, tem responsabilidades específicas em relação aos direitos humanos dos civis envolvidos. O chanceler destacou os esforços do Brasil, à frente da presidência do Conselho de Segurança da ONU, para chegar a uma solução. A proposta de resolução feita pelo Brasil teria sido aprovada pelo órgão mais importante da ONU com os votos que recebeu. No entanto, os Estados Unidos veto o texto sob a justificativa de que ele não previa o direito de autodefesa de Israel.
A ausência de um alto funcionário dos EUA e de outros importantes líderes ocidentais reduziu as expectativas sobre o que o evento convocado às pressas pode alcançar. Os premiês da Alemanha, Olaf Scholz, e do Reino Unido, Rishi Sunak, assim como o presidente da França, Emmanuel Macron, não participam do encontro. Da Europa, estão presentes, entre outros, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
É improvável que haja um acordo final devido à sensibilidade do tema. Um alto funcionário da União Europeia disse que houve discussões sobre uma declaração conjunta da cúpula, mas ainda existem “diferenças”. Os líderes árabes condenaram os bombardeios israelenses em Gaza e exigiram novos esforços para alcançar um acordo de paz no Oriente Médio que acabe com o ciclo de violência entre israelenses e palestinos.
O rei Abdullah, da Jordânia, denunciou o que chamou de silêncio global sobre os ataques de Israel ao enclave e pediu uma abordagem imparcial para a disputa. O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, disse que os palestinos não serão deslocados ou expulsos de suas terras. O ditador egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, disse que seu país se opõe ao deslocamento de palestinos para a região do Sinai e destacou que a solução para a questão palestina é a justiça e o acesso dos palestinos a direitos legítimos e a viver em um Estado independente.