De acordo com pesquisa do Datafolha, 68% dos entrevistados afirmaram não votar em um candidato indicado pelo presidente Bolsonaro na eleição de SP.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tornou-se um dos piores padrinhos políticos na visão dos eleitores da cidade de São Paulo. De acordo com uma pesquisa do Datafolha, 68% dos paulistanos não votariam de forma alguma em um candidato indicado por ele. Essa rejeição também se estende ao governador Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, com 46% dos eleitores afirmando que não apoiariam um nome proposto por ele.

Em relação à polarização nacional, 37% dos moradores da capital não votariam em um candidato indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), praticamente a metade do índice de rejeição de Bolsonaro.

No entanto, é necessário analisar com cautela esse tipo de declaração. No ano passado, por exemplo, 62% dos paulistas afirmaram que não votariam em um candidato indicado por Bolsonaro. Contrariando essa afirmação, Tarcísio de Freitas foi eleito com 55% dos votos válidos em outubro, demonstrando que as percepções podem mudar ao longo do tempo.

É importante ressaltar que o ex-governador João Doria era ainda mais rejeitado pelos paulistas, com 66% dos entrevistados afirmando que não votariam em um candidato indicado por ele. Essa premissa foi confirmada nas eleições recentes, onde o sucessor de Doria, Rodrigo Garcia, não chegou nem ao segundo turno.

Essas projeções de apoio têm influência direta nas eleições municipais de 2024 em São Paulo, especialmente no campo da centro-direita. O atual prefeito da cidade, Ricardo Nunes, do MDB, obteve 24% das intenções de voto na pesquisa do Datafolha. Aproximadamente 13% dos entrevistados afirmaram que votariam com certeza em um candidato indicado por Bolsonaro, enquanto 16% considerariam essa possibilidade. O mesmo ocorre em relação a Tarcísio de Freitas, com 15% afirmando que votariam em um nome proposto por ele e 35% considerando essa hipótese.

Nunes teve dificuldades para viabilizar sua candidatura entre os aliados, mas conseguiu melhorar sua avaliação como prefeito e realizou acertos políticos importantes, como o fim da pré-candidatura de Ricardo Salles e a aproximação com Bolsonaro. No entanto, ele precisa equilibrar seu posicionamento para não alienar o eleitorado bolsonarista, especialmente com o apoio da máquina do estado.

Enquanto isso, Tarcísio também enfrenta desafios em relação ao apoio de Bolsonaro. A rejeição de um candidato indicado por ele ainda é alta (55%) entre os eleitores de Nunes, mas a rejeição à indicação de Tarcísio é menor (30%), indicando uma relação simbiótica entre eles.

Por outro lado, no campo da esquerda, 23% dos entrevistados afirmaram que votariam com certeza em um candidato indicado por Lula, enquanto 37% talvez o fizessem. Esses números se alteram quando o eleitor é um apoiador de Guilherme Boulos, onde 36% aprovariam a indicação de Lula, 48% talvez votassem e apenas 13% rejeitariam a ideia.

Ambos os candidatos enfrentam potenciais concorrentes dentro de seus próprios campos políticos. Na centro-esquerda, a deputada Tabata Amaral, do PSB, obteve 11% das intenções de voto e um perfil positivo em relação ao conhecimento e à rejeição. Já na direita, o deputado Kim Kataguiri, da União Brasil, empatou tecnicamente com Tabata, com 8% das intenções de voto, mas possui a maior rejeição entre todos os concorrentes, alcançando 35%. No entanto, seu partido atualmente está fechado com Nunes em São Paulo.

É evidente que as eleições municipais de 2024 em São Paulo serão influenciadas pelos apoios políticos e pelas rejeições dos principais candidatos. Essa dinâmica política complexa será fundamental para definir o cenário eleitoral e o futuro da cidade.

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