Decisão em aberto
Após as eleições parlamentares na Polônia, o partido Lei e Justiça (PiS) perdeu a maioria no Parlamento, abrindo a possibilidade para a formação de um novo governo. No entanto, o PiS ainda pode ser o primeiro partido encarregado dessa tarefa. A decisão de quem terá essa missão cabe ao presidente, Andrzej Duda, que possui laços estreitos com o PiS.
Segundo observadores, devido a essa relação próxima, Duda poderá nomear um político do partido para formar o governo. No entanto, essa pessoa pode recusar a tarefa devido às possibilidades de fracasso. Antes da votação, Duda havia afirmado que daria a primeira chance de formação do governo ao grupo ou partido que obtivesse o maior número de votos.
O que o resultado significa
A vitória da oposição nas eleições parlamentares representa uma mudança no espectro político da Polônia, pois há uma forte tendência de contraposição aos conceitos nacionalistas do PiS. Durante a campanha eleitoral, questões como a invasão russa na Ucrânia, a imigração e os direitos das mulheres e da comunidade LGBT dominaram as discussões.
O PiS tem enfrentado dificuldades nas relações com a União Europeia, constantemente entrando em confrontos com Bruxelas. Por outro lado, a oposição promete reconstruir as relações e desbloquear fundos que foram congelados devido a um impasse sobre o Estado de direito na Polônia.
O eleito, Donald Tusk, de 66 anos, já foi primeiro-ministro do país entre 2007 e 2014 e atuou como presidente do Conselho Europeu entre 2014 e 2019. Sua eleição é vista como um sinal de que a Polônia pretende retomar uma postura mais aberta e integrada à UE.
A eleição do último domingo registrou um comparecimento recorde de 72,9% dos eleitores, a maior participação desde a mudança democrática no país há 34 anos. Em junho de 1989, quando os poloneses decidiram abolir o regime comunista, 62,7% dos eleitores aptos a votar compareceram às urnas.
