Declínio do Sindicalismo: Lula Decepcionado com Baixa Participação no 1º de Maio de 2024




Artigo sobre a decadência do sindicalismo e da esquerda no Brasil

LULA PRESIDENTE. “Metalúrgico é o primeiro líder de esquerda a ser eleito no país”. Essas foram as manchetes do jornal Folha de São Paulo durante a eleição de 2002.

Lula, que deixara o sindicalismo quase 20 anos antes, ainda era visto como um operário. As centrais sindicais mantinham alguma presença na vida política, mas começavam a declinar, o que se acentuaria durante a Grande Recessão entre 2014 e 2016.

No 1º de Maio de 2010, Lula apresentava Dilma Rousseff como sua sucessora, em uma festa da Força Sindical que contou com mais de 450 mil pessoas, patrocinada por empresas estatais e privadas. A popularidade de Lula chegaria a mais de 80% no final daquele ano.

No entanto, no 1º de Maio de 2024, a realidade era bem diferente. Em um estádio com capacidade para milhares, compareceram apenas cerca de 2.000 pessoas, o que gerou descontentamento no ex-presidente Lula. O sindicalismo, que já vinha em declínio, estava praticamente extinto, refletindo a mudança de cenário político no país.

A extinção da esquerda nas ruas também é evidente, com causas que antes mobilizavam multidões agora sendo praticamente ignoradas. A reforma trabalhista de Michel Temer em 2017 e a reforma da Previdência de 2019 passaram sem grande resistência popular, mostrando um desinteresse crescente da população em questões trabalhistas e sindicais.

Com mais de 100 milhões de pessoas empregadas e um grande número de trabalhadores migrando para a categoria de microempreendedores individuais, a esquerda parece distante das pautas trabalhistas que um dia foram seu foco principal.

Neste cenário, trabalhadores informais e precários, como os motoristas de aplicativo e os empregados domésticos sem carteira assinada, representam uma parcela significativa da força de trabalho no país, porém são pouco representados politicamente.

Com o sindicalismo em declínio e a esquerda afastada das questões trabalhistas mais urgentes, a representatividade e relevância política desses grupos estão cada vez mais comprometidas. Resta saber se haverá alguma resposta da política tradicional para essas novas demandas de um mercado de trabalho em constante transformação.

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