Essa recomendação, feita à DEA, a agência antidrogas do país, pode marcar um ponto de virada na forma como a maconha é vista nos Estados Unidos. Com quase 40 estados legalizando algum tipo de consumo da planta, desde uso recreativo até pesquisas e prescrição médica, essa recomendação poderia impulsionar ainda mais a legalização da maconha no país.
Além disso, essa mudança de classificação pode ter efeitos significativos no mercado da cannabis. Empresas do setor poderiam ser listadas nas principais Bolsas de Valores americanas e o país poderia atrair companhias estrangeiras interessadas nesse mercado em expansão.
A indústria da maconha também traz benefícios tributários para os estados. Somente considerando os impostos arrecadados sobre o uso recreativo da droga em 11 estados, a maconha gerou cerca de US$ 2,9 bilhões no ano fiscal de 2022, de acordo com dados do Centro de Estudos Tributários do Urban Institute e da Brookings.
A reclassificação da maconha também seria um avanço na reforma das políticas de drogas nos Estados Unidos. Segundo George Archos, CEO da empresa Verano, a proibição da cannabis por muito tempo injustamente prejudicou inúmeras pessoas afetadas pela guerra às drogas.
Edward Conklin, do Conselho da Cannabis dos EUA, acredita que a reclassificação para categoria 3 seria a reforma federal mais significativa na história da maconha nos Estados Unidos. Ele argumenta que o presidente Joe Biden está declarando o fim da fracassada guerra às drogas iniciada pelo ex-presidente Nixon e colocando o país no caminho para acabar com a proibição.
No ano passado, Biden deu um primeiro passo rumo à descriminalização da maconha ao perdoar todas as pessoas condenadas por posse da droga em nível federal. No entanto, essa medida foi mais simbólica do que prática, já que se limitou a algumas poucas pessoas. Agora, a recomendação de reclassificação da maconha pode ser um passo concreto na mudança das políticas de drogas nos Estados Unidos.
